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A radioterapia é extremamente importante para tratamento dos pacientes com câncer. Cerca de 30 a 40% dos casos curáveis estão relacionados a esta modalidade de tratamento. Entretanto a radioterapia pode deixar algumas sequelas específicas.
TECIDO ACOMETIDO |
APRESENTAÇÃO CLÍNICA |
HISTOLOGIA |
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Pericárdio |
Pericardite aguda, pericardite crônica, derrame pericárdico crônico, pericardite constritiva |
Espessamento fibroso de pericárdio, deposito extensivo de colágeno e febrina, liquido pericárdico rico em proteína. |
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Miocárdio |
Miocardite, formação de cicatriz fibrosa, disfunção sistólica, disfunção diastólica |
Depósito de colágeno tipo I, fibrose intertiscial, defeito de perfusão miocárdica |
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Vascular |
Doença aterosclerótica prematura, infarto agudo do miocárdio assintomático, lesão ostial de subclávia, artéria torácica interna |
Proliferação intimal com elevado componente fibroso, destruição da média e espessamento importante da adventícia associado a importante componente fibroso. |
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Aparato Valvar |
Lesão de válvulas – especialmente aórtica e mitral |
Espessamento e calcificação das cúspides, fibrose dos folhetos, |
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Sistema de condução |
Bloqueio cardíaco, perda de variabilidade de frequência cardíaca, disautonomia. |
Fibrose do sistema de condução |
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Os principais fatores de risco para miocardiopatia relacionada a radioteria são:
Irradiação em hemitórax esquerdo associada a:
- Dose cumulativa de radiação > 30Gy
- Pacientes jovens ( < 50a)
- Altas doses de radiação fracionada ( > 2Gy/dia)
- Tumor extenso próximo do coração
- Falta de estrutura de proteção
- Quimioterapia concomitante ( principalmente antraciclina)
- Fatores de risco para doença aterosclerótica
- Miocardiopatia prévia
Defini-se como alto risco que fizeram radioterapia de tórax a esquerda e mais de 1 fator de risco.