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A nova diretriz americana de dislipidemia é melhor para identificar quem realmente precisa de estatina?

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A diretriz americana de dislipidemia de 2004 (NCEP ATP III) era baseada em níveis de LDL – colesterol e escore de risco de Framingham. Em 2013 foi apresentada a última diretriz americana (ACC / AHA) de dislipidemia que se baseou primariamente no risco absoluto de doença coronariana, com menor importância para o nível de LDL isolado. Essa última diretriz foi criticada após a publicação por possivelmente superestimar o risco e talvez indicar estatina de forma excessiva (estimou-se que cerca de 13 milhões de norte-americanos a mais teriam indicação para uso de estatina).

Uma análise de dados do estudo ROMICAT I (Rule Out Myocardial Infarction With Computer-Assisted Tomography) mostrou que utilizando a diretriz atual americana temos uma probabilidade maior de indicar estatina para pacientes que realmente apresentam obstruções coronarianas.

O estudo ROMICAT I foi realizado em pacientes de baixo e intermediário risco que procuravam o pronto socorro por queixa de dor torácica sugestiva de síndrome coronariana aguda.

Nessa análise de dados, os pesquisadores compararam a eligibilidade para estatina dos pacientes estudados segundo os critérios de indicação das 2 diretrizes (2004 e 2013).

Comparado com a de 2004, a diretriz de 2013 indicou estatina para mais candidatos (106 de 252 vs 51 de 252 – p < 0,0001).

Os 121 pacientes sem obstrução coronariana (DAC) apresentaram uma chance 1,65x maior de serem elegíveis ao uso de estatina. Dos 95 pacientes com DAC não obstrutiva, a chance era 2,1x maior. E no grupo com DAC obstrutiva (estenose > ou =  50%) – 36 pacientes – a chance de ser elegível à estatina foi 3,42x maior. Mais pacientes com DAC receberiam estatina se utilizarmos os critérios da diretriz de 2013, comparada com a anterior de 2004.

O que chamou atenção também foi que 20% dos pacientes com DAC obstrutiva e 40% dos pacientes com DAC não obstrutiva continuam sem indicação de estatina (utilizando os critérios das diretrizes).

Assim, esse estudo demonstra que a nova diretriz americana identifica mais candidatos ao uso da estatina que realmente tem aterosclerose.

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Sobre o autor

Fernando Figuinha

Especialista em Cardiologia pelo InCor/ FMUSP
Médico cardiologista do Hospital Miguel Soeiro - Unimed Sorocaba.
Presidente - SOCESP Regional Sorocaba.

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