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Trabalhos clássicos: escore de Wilkins

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– Trabalho clássico publicado em 1988. Na época a valvoplastia percutânea por balão para estenose mitral ainda estava dando seus passos iniciais. À partir de observações intraoperatórias havia-se notado que o estado da válvula e do aparelho subvalvar influenciavam muito na exequibilidade da comissurotomia aberta. Os autores então inferiram que o eco ao mostrar certas características destes elementos poderia prever quais os pctes poderiam se beneficiar do procedimento percutâneo.

– O estudo avaliou os primeiros 22 pctes que foram submetidos à valvoplastia mitral percutânea no Massachusetts General Hospital. Foram avaliadas 18 variáveis antes do procedimento – estas englobavam achados de exame físico, eco e cateterismo.

– O escore proposto pelo grupo foi o seguinte:

– o escore variava de 0 a 16. Zero??? Como pode se em cada parâmetro a variação vai de 1 a 4 ? O escore zero seria a válvula normal. Obviamente nenhum pcte normal foi incluído no estudo. Mas que é de 0 a 16 é, conforme o próprio autor do artigo.

– Todos os pctes foram submetidos ao procedimento. Uma pcte morreu.

– Considerava-se insucesso do procedimento quando ocorria algum dos seguintes:

1- área valvar <1 cm2

2- pressão média em átrio esquerdo após a dilatação >10 mmHg

3- variação da área mitral <25% nos pctes que possuíam área valvar antes do procedimento > 1 cm2

– Metade dos pctes tiveram sucesso com o procedimento e metade, não.

– O escore ecocardiográfico médio do grupo com sucesso foi de 7,6. Já do grupo com insucesso – 11,5.

– A área valvar antes do procedimento não influenciou os resultados. Mesmo pctes com a área gravemente reduzida antes do procedimento obtiveram grande vantagem com a valvoplastia.

– E de onde vem a história que se o escore for até 8 é favorável à valvoplastia e se for maior que 11, não?

Detalhes interessantes:

1- Engraçado como um estudo com apenas 22 pctes entra para a história e gera um escore usado ainda hoje.

2- Em nenhum momento ele cita que o que conta mais no escore é a pontuação do aparelho subvalvar (fato citado pela maioria dos ecocardiografistas).

3- A presença de insuficiência mitral moderada ou importante não foi incluído como critério de falha do tratamento.

Link para o artigo original.

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Sobre o autor

Eduardo Lapa

Editor-chefe do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Ecocardiografia pela SBC

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