Arritmia ECG

Ablação de Fibrilação Atrial: Quando Indicar?

Escrito por Pedro Veronese

Esta publicação também está disponível em: Português

Umas das principais causas de insucesso na ablação de fibrilação atrial (FA) é a má indicação do procedimento. Pacientes bem selecionados e que tem a sua expectativa sintonizada ao que realmente o procedimento pode oferecer são o primeiro passo para o sucesso.

Segundo o último Guideline Europeu de FA publicado em 2016, European Heart Journal (2016): 37, 2893-2962, ablação de fibrilação atrial está indicada nos seguintes casos:

  1. Pacientes sintomáticos com FA paroxística, que têm recorrências sintomáticas apesar do uso de antiarrítmicos (AA), como: amiodarona, propafenona ou sotalol. Classe de indicação (CI) Ia – Nível de evidência (NE) A
  2. Ablação pode ser considerada como primeira escolha para prevenir recorrências e melhorar sintomas em pacientes selecionados com FA paroxística como uma alternativa aos AA considerando a escolha do paciente, riscos e benefícios. CI: IIa – NE: B
  3. Todos os pacientes submetidos ao procedimento devem receber anticoagulação oral (ACO) por pelo menos 8 semanas após o procedimento. CI: IIa – NE: B
  4. Mesmo após procedimentos bem sucedidos de ablação, a ACO deve ser mantida indefinidamente se o paciente já tinha indicação de ACO antes do procedimento. CI: IIa – NE: C
  5. Ablação deve ser considerada em pacientes sintomáticos com insuficiência cardíaca (IC) para melhorar sintomas e a fração de ejeção do ventrículo esquerdo quando taquicardiomiopatia é suspeitada. CI: IIa – NE: C
  6. Ablação por cateter pode ser considerada em pacientes sintomáticos com FA persistente refratária a AA para melhorar sintomas, considerando a escolha do paciente, os riscos e benefícios.CI: IIa – NE C

Considerações importantes:

  1. Ablação por radiofrequência é um procedimento, que até o momento, apesar dos notáveis avanços, não cura FA e sim melhora os seus sintomas. Portanto a melhor indicação é em pacientes sintomáticos. Os resultados para FA paroxística são melhores quando comparados a FA persistente.
  2. Pelo Guideline Europeu, até o momento, não se indica ablação de FA para se retirar o ACO do paciente. Se ele tinha indicação de ACO antes do procedimento, ela deverá permanecer após.
  3. A ablação de FA deve ser feitas por profissionais experientes e que tenham um bom volume de procedimentos.
  4. Apesar de ser um procedimento seguro em mãos experientes, não é isento de complicações como: exposição a radiação, estenose de veias pulmonares, paralisia do nervo frênico, tamponamento cardíaco, AVC/AIT, fístula esofágica, complicações vasculares e morte (< 0,2%).

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Sobre o autor

Pedro Veronese

Médico Especialista em Clínica Médica pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Cardiologista, Arritmologista e Eletrofisiologista pelo InCor-HCFMUSP.
Médico Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC.
Médico Especialista em Arritmia Clínica e Eletrofisiologia pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas - SOBRAC.
Médico do Centro de Arritmias Cardíacas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Doutor em Cardiologia pelo InCor - HCFMUSP.
Preceptor da Residência de Clínica Médica do Hospital Estadual de Sapopemba e Hospital Estadual Vila Alpina.
Médico Chefe de Plantão do Pronto Socorro Central da Santa Casa de São Paulo.
Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Professor da Faculdade de Medicina UNINOVE.

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