Perioperatório

Avaliação cardiológica pré-operatória – transplante hepático – como fazer? Parte 1

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– Os pctes em fila de transplante hepático são cada vez mais idosos e com mais comorbidades.

– A própria hepatopatia gera alterações na fisiologia cardiovascular – a chamada cardiopatia cirrótica – débito cardíaco aumentado, resposta ventricular ao stress diminuída, diminuição da resistência vascular periférica, bradicardia. Estas alterações podem aumentar os riscos de complicações no pós-operatório do tx hepático.

– Os guidelines da AHA e da ESC não dão nenhuma recomendação específica sobre a estratificação de coronariopatia nestes pctes.

– A diretriz brasileira de 2011 sugere que se siga o algoritmo normal de cirurgias não-cardíacas nestes pctes

– Um artigo de revisão do jacc recomenda o seguinte – se pcte com coronariopatia conhecida, diabetes ou 2 ou mais fatores de risco para doença cardiovascular (homem>45 anos, mulher>55 anos, DLP, HAS, tabagismo, hx familiar de DAC em parente de primeiro grau homem <55 anos ou mulher<65 anos) – fazer cate ou angiotomo. O artigo não faz referência à indicação de teste não invasivo – argumentando que a sensibilidade e a especificidade destes são diminuídas no pcte hepatopata.

– A AASLD (sociedade americana de hepatologia) recomenda que se investigue para coronariopatia os seguintes pctes:

1- >50 anos

2- diabéticos

3- tabagistas

4- hx pessoal ou familiar de DAC.

Esta sociedade recomenda que nestes casos seja feito eco stress com dobuta. Caso positivo – pedir cate.

– Lembrando que a primeira recomendação vem de um artigo de revisão enquanto que a segunda está contida na diretriz de uma grande sociedade americana. Me parece mais prudente iniciar a investigação com testes não invasivos. Lembrar que esta história de sensibilidade diminuída para detectar DAC é muito discutível. Ex – 100 pctes com lesão de 70% em uma das coronárias fazem eco stress ou cintilo e o exame vem positivo em apenas 70 – a sensibilidade foi de 70%. Ruim certo? Não obrigatoriamente. Sabemos que pctes que têm cate com lesões mas que o teste não invasivo vem negativo, de uma forma geral, possuem um prognóstico bom. Ou seja, não detectou simplesmente porque aquela obstrução não está causando repercussão…

– Caso se indique cate nestes pctes – a priori preferir a via radial – menor risco de sangramentos

– caso seja necessário angioplastia – evitar stents farmacológcos – terá que usar dupla antiagregação por 12 meses – alto risco de sangramento em pctes hepatopatas além de contra-indicar o transplante hepático neste período.]

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Sobre o autor

Eduardo Lapa

Editor-chefe do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Ecocardiografia pela SBC

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