Terapia Intensiva Cardiológica

Dobutamina: Guia de medicamentos cardiovasculares

Escrito por Fernando Figuinha

Esta publicação também está disponível em: Português

A dobutamina é indicada para o suporte inotrópico de pacientes com estados de hipoperfusão nos quais o débito cardíaco é insuficiente para suportar as demandas circulatórias. Para uma revisão sobre inotrópicos, acesse este post.

Indicação:

Inotrópico positivo.

Mecanismo de ação: agente agonista adrenérgico. Sua atividade primária resulta da estimulação dos receptores beta-1 do coração. Tem pouco efeito alfa-1 (vasoconstritor) e beta-2 (vasodilatador).

Aumenta o volume sistólico e o débito cardíaco. Diminui a pressão ventricular de enchimento (reduz a pré-carga) e a resistência vascular pulmonar e sistêmica total.

Início de efeito em 1 a 2 minutos. Meia-vida plasmática de 9 minutos.

Apresentação:

Ampola: 250mg/20ml.

     Solução padrão: concentração 1.000mcg/ml

           Soro Fisiológico 0,9% ou SG 5%  230 ml        EV em bomba de infusão contínua

        + Dobutamina   250mg    1 amp

OBS: esta diluição é pouca utilizada na prática clínica uma vez que é necessário infundir um volume alto para manter uma infusão moderada/alta da droga. Exemplo: em um paciente de 90 kg temos que infundir 54 mL/h para manter uma dose de 10 mcg/kg/min. Como, via de regra, o paciente que necessita de dobuta também precisa manter restrição hídrica (ex: IC descompensada) receber mais de 1L de volume por dia proveniente da infusão de dobutamina mostra-se muitas vezes impraticável.  

  Solução concentrada: 4.000mcg/ml

           Soro Fisiológico 0,9% ou SG 5% 170 ml        EV em bomba de infusão contínua

        + Dobutamina   250mg    4 amp

dobutamina

Dose:

2,5 a 20mcg/kg/min

Cuidados: pode diluir em Soro Fisiológico 0,9% ou Soro Glicosado 5%. Não necessita de proteção à luz. Infusão pode ser realizada por acesso periférico ou acesso central com bomba de infusão.

    Incompatível com soluções alcalinas, como bicarbonato de sódio. Incompatível também com hidrocortisona, cefazolina, penicilina, heparina.

   Os efeitos da dobutamina podem ser reduzidos em pacientes que utilizam beta-bloqueadores.

   Cuidado com pacientes com hipotensão e hipovolemia. Antes da administração da dobutamina, a hipovolemia deve ser corrigida.

Contraindicações: estenose sub-aórtica hipertrófica idiopática, feocromocitoma, taquiarritmias ou fibrilação ventricular. Hipersensibilidade à dobutamina.

Efeitos colaterais: hipertensão, angina, arritmias, cefaléia, náuseas. Pode precipitar ou exacerbar atividade ectópica ventricular. Facilita a condução átrio-ventricular – pacientes com fibrilação atrial tem risco de desenvolver alta resposta ventricular. Pode ocorrer flebite no local de infusão. Pode reduzir o potássio.
Uso na gravidez: risco B. Demonstrou segurança em estudos com animais. Sem estudos em humanos. Não se sabe se é excretado no leite materno. Recomenda-se interromper o aleitamento materno.

Nomes comerciais: Dobutrex®; Dobtan®; Dobutariston®; Dobutal®; Neobutamina®; Dobutanil®.

Quer aprender mais sobre medicações cardiovasculares? Acesse este link.

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Sobre o autor

Fernando Figuinha

Especialista em Cardiologia pelo InCor/ FMUSP
Médico cardiologista do Hospital Miguel Soeiro - Unimed Sorocaba.
Presidente - SOCESP Regional Sorocaba.

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