Arritmia

Guia de medicamentos cardiovasculares: Lidocaína

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A lidocaína é um anti-arrítmico que pode ser usado para tratamento de arritmia ventricular em casos pós- infarto do miocárdio, intoxicação digitálica, pós-cateterismo ou cirurgia cardíaca. Faz parte da classe Ib da classificação de Vaughan-Williams – bloqueadores de canal de sódio.

Indicação:

Anti-arrítmico. Anestésico.

Mecanismo de ação: a lidocaína é um anti-arrítmico da classe IB de Vaughan-Willians. Tem ação direta nos tecidos cardíacos, particularmente na rede de Purkinje. Deprime a fase 0 da despolarização e pode encurtar o potencial de ação. Não afeta o automatismo sinusal normal, mas deprime as formas anormais de automatismo, assim como os pós-potenciais precoces e tardios nas fibras de Purkinje.

Ação imediata (em 45 a 90 segundos) por via endovenosa. Duração 10 a 20 minutos. Concentração terapêutica plasmática 1,5 a 5mcg/ml.

Apresentação:

Frasco-ampola 20mg/ml (sem vasoconstritor)

Diluição 2mg/ml

Soro Glicosado 5% 225ml – EV em bomba de infusão contínua

  • Lidocaína 2% sem vasoconstritor 25ml

Dose:

  • Ataque: 1 a 1,5mg/kg (velocidade de infusão de 25 a 50mg/min). Após 5 minutos, pode repetir o ataque de 0,5 a 1mg/kg (dose máxima de 3mg/kg).

Para volume do medicamento a ser administrado, utilizar a seguinte fórmula:

Volume Lidocaína 2% = peso / 20 (ex.: 70kg / 20 = 3,5ml)

  • Manutenção: 0,02 a 0,05mg/kg/min (velocidade de infusão de 1 a 4mg/min).

Cuidados: Infusão pode ser realizada por acesso periférico ou acesso central com bomba de infusão. Não necessita de proteção à luz.

Contra-indicações: hipersensibilidade conhecida a anestésicos locais tipo-amida; pacientes com síndrome de Adams-Strokes ou graus graves de bloqueio cardíaco sinoatrial, átrio-ventricular ou intraventricular na ausência de um marcapasso artificial.

Efeitos colaterais: pode causar confusão, parestesias, tremor, estupor, inquietação, sensação de queda iminente, crises convulsivas; pressão baixa; visão borrada ou dupla, barulho no ouvido. Hipertermia maligna é um efeito colateral raro.

Uso na gravidez: classe B – não há estudos em mulheres; em animais parece não ter risco. Uso na lactação: desconhecido se a droga é excretada no leite materno. Usar com cuidado.

Nomes comerciais: Xylocaína®.

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Sobre o autor

Fernando Figuinha

Especialista em Cardiologia pelo InCor/ FMUSP
Médico cardiologista do Hospital Miguel Soeiro - Unimed Sorocaba.
Presidente - SOCESP Regional Sorocaba.

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