Coronariopatia Métodos complementares

Bull’s-eye: o que é? Qual a sua utilidade?

Escrito por Renata Ávila

Esta publicação também está disponível em: Português

A tradução “ao pé da letra” do termo bull’s-eye, significa olho de touro. A imagem do bullseye já é bem conhecida por ser utilizada em competições de tiro ao alvo (imagem com círculos vermelhos e brancos alternados).

A representação dos segmentos cardíacos através do bull’s-eye (também conhecido como mapa polar) é construída a partir de cortes segmentados do ventrículo esquerdo (VE). Dessa forma antes de compreender a imagem gráfica representada pelo bull’s-eye é importante ter em mente de forma consolidada a segmentação do VE.

FIGURA1O VE apresenta 3 regiões: basal, medial e apical, e um pequeno segmento localizado na ponta do VE chamado de ápex (figura 1). De forma prática, as regiões basal e medial são divididas nos seguintes segmentos: anterior, anteroseptal, ínferoseptal, inferior, anterolateral e ínferolateral e a região apical nos segmentos anterior, septal, inferior e lateral. O que totaliza de forma sumarizada 17 segmentos cardíacos, sendo 6 deles basais, 6 mediais, 4 apicais e o 17º segmento na ponta do VE (ápex).

Como entender a imagem do bull’s-eye? Imagine cortar o ventrículo esquerdo em 4 fatias (rodelas), obtendo uma fatia no ápex e outra em cada região: basal, medial e apical, dessa forma teremos as 4 imagens abaixo com seus respectivos segmentos (figura 2):

FIGURA2

Agora, imagine colocar uma imagem dentro da outra (figura3), dessa forma podemos ter a imagem bidimensional de todos os segmentos do ventrículo esquerdo em uma única imagem. De forma prática, acabamos de construir o bullseye dos segmentos do VE.

Captura de Tela 2016-06-20 às 09.01.28

A análise segmentar do VE vista através do bull’s-eye pode ser utilizada na interpretação da contratilidade segmentar, perfusão e viabilidade miocárdica. Facilita o entendimento da localização e definição dos defeitos de cada segmento cardíaco. São estabelicidas cores com legendas específicas, abaixo segue exemplos das análises supracitada:

– contratilidade segmentar: determina se o segmento tem contratilidade normal, hipocinesia, acinesia ou discinecia (figura 4);

FIGURA 4

– perfusão miocárdica: define se o segmento tem perfusão normal, hipocinesia transitória ou fixa (figura 5);

FIGURA 6

– viabilidade miocárdica de cada segmento: caracteriza a extensão do grau de fibrose de cada segmento, se > 50% indica ausência de viabilidade miocárdica (figura 6).

FIGURA 5

Importante ressaltar que a análise do bull’s-eye em cada aspecto acima descrito pode ser correlacionando com o território coronariano responsável pela irrigação de cada segmento (figura 7). Portanto, essa forma gráfica de análise facilita o entendimento anatômico e ajuda na decisão clínica.

Figura 7

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Sobre o autor

Renata Ávila

Residência em Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia Título de Especialista em Cardiologia pela SBC
Especialista em Tomografia e Ressonância cardiovascular pelo InCor/FMUSP
Médica do setor de Tomografia e Ressonância Cardíaca da Rede D'Or São Luiz:
- Hospital Esperança
- Hospital Esperança Olinda

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