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A tradução “ao pé da letra” do termo bull’s-eye, significa olho de touro. A imagem do bullseye já é bem conhecida por ser utilizada em competições de tiro ao alvo (imagem com círculos vermelhos e brancos alternados).
A representação dos segmentos cardíacos através do bull’s-eye (também conhecido como mapa polar) é construída a partir de cortes segmentados do ventrículo esquerdo (VE). Dessa forma antes de compreender a imagem gráfica representada pelo bull’s-eye é importante ter em mente de forma consolidada a segmentação do VE.
Como entender a imagem do bull’s-eye? Imagine cortar o ventrículo esquerdo em 4 fatias (rodelas), obtendo uma fatia no ápex e outra em cada região: basal, medial e apical, dessa forma teremos as 4 imagens abaixo com seus respectivos segmentos (figura 2):
Agora, imagine colocar uma imagem dentro da outra (figura3), dessa forma podemos ter a imagem bidimensional de todos os segmentos do ventrículo esquerdo em uma única imagem. De forma prática, acabamos de construir o bullseye dos segmentos do VE.
A análise segmentar do VE vista através do bull’s-eye pode ser utilizada na interpretação da contratilidade segmentar, perfusão e viabilidade miocárdica. Facilita o entendimento da localização e definição dos defeitos de cada segmento cardíaco. São estabelicidas cores com legendas específicas, abaixo segue exemplos das análises supracitada:
– contratilidade segmentar: determina se o segmento tem contratilidade normal, hipocinesia, acinesia ou discinecia (figura 4);
– perfusão miocárdica: define se o segmento tem perfusão normal, hipocinesia transitória ou fixa (figura 5);
– viabilidade miocárdica de cada segmento: caracteriza a extensão do grau de fibrose de cada segmento, se > 50% indica ausência de viabilidade miocárdica (figura 6).
Importante ressaltar que a análise do bull’s-eye em cada aspecto acima descrito pode ser correlacionando com o território coronariano responsável pela irrigação de cada segmento (figura 7). Portanto, essa forma gráfica de análise facilita o entendimento anatômico e ajuda na decisão clínica.