Arritmia

Guia de medicamentos cardiovasculares: Propafenona

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A propafenona é um fármaco anti-arrítmico da classe I (1C) de Vaughan-Williams, agindo como bloqueador dos canais de sódio.

Indicação: tratamento e profilaxia de extrassístoles e/ou taquiarritmias ventriculares e supraventriculares; síndrome de Wolff-Parkinson-White.

Mecanismo de ação: anti-arrítmico com efeito estabilizador de membrana na célula miocárdica. Prolonga, dependendo da dose, o tempo refratário nos átrios e ventrículos.

Apresentação: Comprimidos de 300mg ou Ampola 70mg em 20ml.

Posologia: Via oral: 150mg 2x/dia até 300mg 3x/dia.

  Na urgência para controle de ritmo: 450 a 600mg VO   ou

        Endovenoso: 1 a 2mg/kg EV em 3-5 minutos. Repetir se necessário após 90 a 120 minutos. Duração do efeito: 2-4hs.

       Opção – infusão EV contínua durante 1 a 3 hs, com velocidade 0,5 a 1,0mg/min, diluído em SG5%. Manutenção: 560mg em 24hs (1 ampola a cada 3hs por 1 dia).

Cuidados: reavaliar o eletrocardiograma durante a fase de ajuste de dose. Pode haver aumento da duração do QRS ou do intervalo QT. Se aumento do QTc > 20%, considerar reduzir ou suspender a droga até normalização do ECG. Avaliar também a presença de distúrbios hidroeletrolíticos.

   Quando usado na emergência para casos de fibrilação atrial buscando controle do ritmo, recomenda-se administrar betabloqueador ou bloqueador de canal de cálcio (verapamil ou diltiazem) 30 minutos antes da propafenona, com objetivo de prevenir resposta ventricular elevada caso o ritmo passe para flutter 1:1.

   O uso associado à cumarínicos pode aumentar o efeito anti-coagulante.

   Metabolizado no fígado. Reduzir a dose se disfunção hepática. Tempo de meia-vida de 2 a 10hs (10 a 32hs dependendo de características de metabolização do CYP2D6).

Contra-indicações: insuficiência cardíaca, choque cardiogênico (exceto se causado por taquiarritmia), bradicardia acentuada (<50bpm), síndrome bradi-taqui, transtornos pré-existentes de alto grau das conduções sinoatrial, atrioventricular e intra-ventricular; doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), hipotensão acentuada; hipersensibilidade aos componentes; miastenia gravis.

    Cuidado se IAM recente (< 2 anos), intervalo QT limitrofe, disfunção hepática e/ou renal. Em pacientes com marcapasso, o uso da propafenona pode alterar limiares de sensibilidade e estimulação, sendo necessária reavaliação das funções do aparelho após ajuste de dose.

Efeitos colaterais: obstipação, gosto metálico, confusão mental. Hipotensão postural; bradicardia. Pode haver colestase, que indica reação de hipersensibilidade e é reversível com a suspensão do tratamento. Raramente: leucopenia, plaquetopenia, agranulocitose.

Uso na gravidez: C. Não se conhece seus efeitos sobre o feto. Usar somente se o possível benefício materno justificar o risco fetal. Evitar no primeiro trimestre. Não se sabe se a propafenona é excretada no leite materno.

Nomes comerciais: Ritmonorm®.

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Sobre o autor

Fernando Figuinha

Especialista em Cardiologia pelo InCor/ FMUSP
Médico cardiologista do Hospital Miguel Soeiro - Unimed Sorocaba.
Presidente - SOCESP Regional Sorocaba.

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