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Cardiotoxicidade dos quimioterápicos : Isquemia miocárdica.
O câncer induz um estado pró-trombótico por vários mecanismos, incluindo ativação e agregação plaquetária, como também aumento de fatores pró-coagulantes. Além disso, esses pacientes são ainda expostos geralmente à tratamento quimioterápico e/ou radioterápico que pode aumentar a incidência e gravidade da coronariopatia.
Assim, os quimioterápicos mais associados à isquemia miocárdica são:
– Anti-metabólicos (capecitabina e fluorouracil)
– Anti-microtúbulos (paclitaxel e docetaxel)
– Anticorpos monoclonais (bevacizumabe)
– Inibidores da tirosina-quinase (sorafenibe, sunitinibe)
– Alcalóides da vinca (vincritina, vinorelbina)
Como pacientes oncológicos podem ser submetidos à cirurgias não cardíacas com maior frequência, tem maior risco de plaquetopenia, mais predisposição à trombose e potencial interação medicamentosa, algumas condutas devem ser pensadas com cuidado.
O uso de stent farmacológico nesses pacientes tem sido discutido em alguns centros, já que necessita de antiagregação dupla por tempo mais prolongado e tem maior risco de trombose tardia, já que são revestidos por fármacos antiproliferativos para minimizar reestenose intra-stent.
Referência: I Diretriz Brasileira de Cardio-Oncologia da SBC. Kalil FR et al. Arq Bras Cardiol 2011 96(2):1-52.