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Na dúvida sobre qual o melhor exame laboratorial para diagnosticar infarto do miocárdio?
Resposta: dosagem de troponina sérica. A terceira definição universal de infarto não especifica o tipo da troponina (T ou I). Caso você esteja em um serviço que não dispõe de troponina, o marcador de segunda escolha é a dosagem de CK-MB sérica feita pelo método de massa (melhor que o de atividade). Troponina e CKMB são conhecidas como marcadores de necrose miocárdica.
Marcadores de necrose miocárdica elevados = infarto? Não! A presença deste marcadores em níveis aumentados no sangue indicam estar havendo morte de células cardíacas em ritmo superior ao considerado normal. Ou seja, troponina aumentada = injúria miocárdica. Por exemplo, se a pessoa sofre um trauma torácico contuso forte (ex: colisão de automóvel com trauma do tórax no volante do carro) pode haver liberação de troponina pelo músculo cardíaco mas isto não foi causado por infarto. Mesma raciocínio se o paciente for submetido à biópsia miocárdica para diagnóstico de alguma miocardiopatia.
Define-se que ocorre infarto caso a elevação dos marcadores de necrose miocárdica seja secundária à isquemia miocárdica.
Infarto do miocárdio = elevação de marcadores de necrose miocárdica secundária à isquemia miocárdica.
Isquemia miocárdica por sua vez é definida como o desbalanço entre oferta e demanda de oxigênio pelo músculo cardíaco. Assim, se houver diminuição da oferta (ex: placa aterosclerótica rota com diminuição do fluxo sanguíneo) ou aumento da oferta (ex: choque hemorrágico grave em paciente sem lesões coronarianas críticas) isto pode levar à morte de células cardíacas.
Resumindo:
- todo infarto do miocárdio é considerado uma injúria do músculo cadíaco.
- Nem toda injúria miocárdica é consequência de um infarto