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Curso básico de eco – movimento sistólico anterior da valva mitral (SAM) parte 2

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No post anterior vimos um exemplo de movimento sistólico anterior da valva mitral e revisamos as causas deste fenômeno. Mas, quais as consequências do SAM para o coração? O que isto pode causar no pcte?

Podemos destacar 2 efeitos principais do SAM:

1- obstrução da via de saída do VE (VSVE) gerando gradientes sistólicos neste local

2- refluxo pela valva mitral

Neste post comentaremos sobre o primeiro aspecto.

Em relação à obstrução da VSVE, a sua origem é bastante simples. Durante a sístole a valva mitral deveria ficar longe do septo interventricular. No momento em que a valva mitral toca o septo durante a sístole isto gera uma obstrução à saída do sangue do VE para a aorta. Colocamos novamente o vídeo e as figuras do caso anterior para exemplificar:

httpv://www.youtube.com/watch?v=vGgLhNiYnBY&feature=share&list=UUlNIx-dih_PN9C_noVw4zWA

Ok. E o que ocorre quando há obstrução à saída de sangue do VE? É só pensar em uma estenose valvar aórtica. Isto irá gerar gradientes sistólicos entre o ve e a aorta. A mesma coisa ocorre aqui. A diferença é que no caso da estenose valvar aórtica a obstrução é fixa durante toda a sístole. Já no SAM a obstrução é dinâmica. Como assim? Na EAo a área valvar não muda ao longo da sístole. Já no caso do SAM o grau da obstrução varia ao longo da sístole. Quanto mais próxima a valva mitral chega do septo interventricular, maior o grau da obstrução. Isto gera um padrão peculiar quando avaliamos o traçado do doppler contínuo. Em casos de EAo costumamos ver um traçado uniforme como o abaixo:

Já no caso de SAM, ao invés deste formato uniforme vemos um outro aspecto em que o pico do gradiente encontra-se no final da sístole. Este traçado é chamado em adaga devido à sua aparência:

Na primeira figura nota-se que o pico do gradiente ocorre no meio do traçado, ou seja, na mesossístole. Já na figura acima o pico do gradiente ocorre mais para o final da sístole.

Fluxo no doppler contínuo com aspecto em adaga = pensar em SAM = pensar em cardiomiopatia hipertrófica. Este dado é muitas vezes cobrados em provas de título de especialista (tanto de cardio quanto de eco).

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Sobre o autor

Eduardo Lapa

Editor-chefe do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Ecocardiografia pela SBC

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