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Curso básico de eco – movimento sistólico anterior da valva mitral (SAM)

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Muito se lê nos livros e artigos sobre o movimento sistólico anterior da valva mitral, tipicamente presente nos casos obstrutivos de cardiomiopatia hipertrófica de etiologia genética. Mas o que é exatamente este fenômeno? Aqui colocamos um caso ilustrativo de um pcte com importante hipertrofia miocárdica (paredes com 25 mm de espessura).

https://youtu.be/vGgLhNiYnBY

Notem que durante a sístole ventricular a valva mitral fica muito próxima ao septo interventricular.

É interessante comparar o primeiro vídeo com um eco normal (mostrado abaixo) para perceber melhor a diferença.

O movimento da valva mitral é muito rápido e assim alguns podem achar difícil de visualizar o SAM pelo modo bidimensional. Nestes casos pode-se utilizar o modo m do eco para avaliar com melhor resolução temporal o movimento anormal da mitral durante a sístole.

Mais uma vez é interessante comparar com a imagem de um exame normal (visto abaixo). Notar que na imagem normal os folhetos da mitral ficam longe do septo interventricular durante a sístole, aproximando-se do mesmo durante a diástole.

Mas o que causa o SAM?

O SAM parece ser secundário a uma relação geométrica anormal dos músculos papilares e aparelho subvalvar mitral associado a uma movimentação hiperdinâmica do VE (referência: Feigenbaum, 6a edição, página 517).

Apenas cardiomiopatia hipertrófica de origem genética causa SAM?

Não, outras estados patológicos podem causar. Um exemplo importante é a HVE secundária a hipertensão quando há acometimento mais pronunciado do septo interventricular. Isto é particularmente comum em pctes idosos com HAS mal controlada de longa data. Outra situação observada na prática clínica é em pctes que se encontram internados em unidades de terapia intensiva com choque hipovolêmico e nos quais é introduzido inotrópicos (ex: dobutamina) em doses altas. Isto faz com que o VE que já se encontrava hiperdinâmico pela hipovolemia fica com a contratilidade ainda mais exacerbada, podendo levar ao surgimento de SAM. Colocaremos depois um exemplo de caso deste tipo. Nestes casos a introdução de inotrópico vai agravar ainda mais o caso e a conduta deve ser desligar a medicação e expandir o pcte.

E qual as consequências do SAM para o pcte?

Iremos ver isto no próximo tópico.

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Sobre o autor

Eduardo Lapa

Editor-chefe do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Ecocardiografia pela SBC

1 comentário

  • Em minha opinião, esse movimento está mais relacionado com as cordoalhas do que com o folheto. Embora este também possa participar. Ao se hipertrofiar, a cavidade do VE diminui de diâmetro. Com isso as cordoalhas ficam mais frouxas. O jato na VSVE que, nesses casos, é de alta velocidade, possui baixa pressão em seu interior. Devido a isso forma-se um efeito venturi que puxa as cordoalhas para a VSVE e pode levar parte do FAVM.

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