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Curso básico de eletrocardiograma – parte 08 – Sobrecargas atrias

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O próximo passo seria avaliação da presença de SOBRECARGAS ATRIAIS (4º passo). Sugerimos, para uma análise rápida, avaliar primeiro DII e V1.

A duração normal é 80 a 110ms (~2-3mm), com amplitude de até 2,5mm em DII.

Lembrando que a onda P é formada inicialmente pela despolarização do átrio direito, onda encontra-se o nó sinusal, e então pelo átrio esquerdo, como está esquematizado a seguir.

Assim, se houver uma sobrecarga de átrio esquerdo (SAE), esperamos que a onda P fique entalhada e bífida em DII, com duração ≥ 120 ms (3mm), e com o componente final negativo em V1 > 1mm de amplitude e 40ms de duração (Morris). Pode haver também desvio do eixo da onda P para esquerda.

O zoom do ecg mostra 2 detalhes de forma clara. O primeiro é o índice de Morris em V1:

O segundo detalhe bem visualizado no zoom do primeiro ecg é o aumento da duração da onda P. Quando há sobrecarga de AE, a onda fica com a duração mais prolongada. Isto pode gerar em algumas derivações um aspecto bífido da onda P, como se fossem 2 morros lado a lado. Vejam:

Se sobrecarga de átrio direito (SAD), esperamos uma onda P pontiaguda em DII, DIII e avF,(amplitude > 2,5mm) com duração normal, e amplitude da P em V1 e V2 > 1,5mm. Pode haver desvio de eixo da P para direita (entre +60º e +90º). Um sinal indireto de sobrecarga de átrio direito é o sinal de Peñaloza-Tranchesi, quando ocorre um aumento importante da amplitude do QRS em V2 em relação ao V1.

Abaixo, exemplo de SAD devido à atresia tricúspide. Notar onda P bastante apiculada na derivação V2.

Notar no zoom do mesmo ecg que quando há sobrecarga isolada do AD, a duração da onda P é normal e a amplitude, aumentada. Assim, costuma-se ver em derivações inferiores, como D2, onda P apiculada e de duração normal.

Exemplo de sinal de Peñalosa-Tranchesi – notar que o qrs em V1 é diminuto, havendo um rápido aumento de voltagem do QRS em V2.

 

Zoom do mesmo ecg mostrando bem a diferença de amplitude entre o QRS de V1 e o de V2

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Sobre o autor

Fernando Figuinha

Especialista em Cardiologia pelo InCor/ FMUSP
Médico cardiologista do Hospital Miguel Soeiro - Unimed Sorocaba.
Presidente - SOCESP Regional Sorocaba.

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