Métodos complementares

Curso Básico de Tomografia Cardíaca – Usain Bolt e a Tomografia Cardíaca

Escrito por Alexandre Volney

Esta publicação também está disponível em: Português

Aproveitando que vivenciamos recentemente as olimpíadas, nada melhor que homenagear um dos maiores corredores de todos os tempos, fazendo um paralelo com a física da tomografia cardíaca. Tirar uma boa foto de Usain Bolt atingindo cerca de 36km/h e deixando os competidores comendo poeira é possível desde que você tenha uma boa câmera nas mão, certo?

Por isso, a utilização da tomografia para examinar o coração sempre foi um desafio, devido a necessidade de realizar imagens de um órgão que se movimenta incansavelmente cerca de 80 vezes por minuto, durante toda a vida.

Outro detalhe: é relativamente fácil identificar um ser humano de 1,90m como o Usain. Mas como fazer para reconhecer estruturas de cerca de 3 a 5mm, como as coronárias?

Introduzimos então dois conceitos altamente relevantes quando se fala em tomografia cardíaca:

Resolução espacial – Refere-se à menor distância possível na imagem na qual a metodologia é capaz de discernir dois pixels diferente. Uma forma de se quantificar isso pode ser feita através da metodologia de pares de linha por cm (lp/cm), ou seja, o número de linhas que podem ser distinguidas na imagem adquirida. Dessa forma, quanto maior o numero de linhas, maior a resolução espacial. Para se atingir isso, depende-se da espessura e qualidade do detector dos feixes de raio-X. Comparativamente, os equipamentos modernos de tomografia são capazes de distinguir 14lp/cm, enquanto o cateterismo cardíaco pode chegar a 40lp/cm.
Resolução temporal – Trata-se do tempo necessário para adquirir os dados para reconstrução de uma imagem. Para isso, varias metodologias podem ser utilizadas para aumentar a resolução temporal em tomografia, como o aumento da velocidade de rotação do gantry (conjunto tubo/detectores), adquirir imagens simultâneas de dois tubos diferentes de raio-X (equipamentos dual source), utilizando-se de dados adquiridos em um número maior de intervalos RR (reconstrução segmentada). Vem daí a necessidade de controle da frequência cardíaca para melhorar a qualidade da aquisição dos estudos de tomografia cardíaca.
Dessa forma, em analogia simples, poderíamos dizer que a tomografia cardíaca corresponderia a uma supercâmera fotográfica com um obturador extremamente rápido (resolução temporal) e com muitos “megapixels” (resolução espacial).

Até nosso próximo post!


Aproveitando que vivenciamos recentemente as olimpíadas, nada melhor que homenagear um dos maiores corredores de todos os tempos, fazendo um paralelo com a física da tomografia cardíaca. Tirar uma boa foto de Usain Bolt atingindo cerca de 36km/h e deixando os competidores comendo poeira é possível desde que você tenha uma boa câmera nas mão, certo?

Por isso, a utilização da tomografia para examinar o coração sempre foi um desafio, devido a necessidade de realizar imagens de um órgão que se movimenta incansavelmente cerca de 80 vezes por minuto, durante toda a vida.

Outro detalhe: é relativamente fácil identificar um ser humano de 1,90m como o Usain. Mas como fazer para reconhecer estruturas de cerca de 3 a 5mm, como as coronárias?

Introduzimos então dois conceitos altamente relevantes quando se fala em tomografia cardíaca:

  1. Resolução espacial – Refere-se à menor distância possível na imagem na qual a metodologia é capaz de discernir dois pixels diferente. Uma forma de se quantificar isso pode ser feita através da metodologia de pares de linha por cm (lp/cm), ou seja, o número de linhas que podem ser distinguidas na imagem adquirida. Dessa forma, quanto maior o numero de linhas, maior a resolução espacial. Para se atingir isso, depende-se da espessura e qualidade do detector dos feixes de raio-X. Comparativamente, os equipamentos modernos de tomografia são capazes de distinguir 14lp/cm, enquanto o cateterismo cardíaco pode chegar a 40lp/cm.
  1. Resolução temporal – Trata-se do tempo necessário para adquirir os dados para reconstrução de uma imagem. Para isso, varias metodologias podem ser utilizadas para aumentar a resolução temporal em tomografia, como o aumento da velocidade de rotação do gantry (conjunto tubo/detectores), adquirir imagens simultâneas de dois tubos diferentes de raio-X (equipamentos dual source), utilizando-se de dados adquiridos em um número maior de intervalos RR (reconstrução segmentada). Vem daí a necessidade de controle da frequência cardíaca para melhorar a qualidade da aquisição dos estudos de tomografia cardíaca.

Dessa forma, em analogia simples, poderíamos dizer que a tomografia cardíaca corresponderia a uma supercâmera fotográfica com um obturador extremamente rápido (resolução temporal) e com muitos “megapixels” (resolução espacial).

Até nosso próximo post!

 

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Sobre o autor

Alexandre Volney

Residência em Clínica Médica pelo Hospital do Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo (HC-FMUSP, 2007)
Residência em Cardiologia pelo Instituto do Coração (InCor-HCFMUSP, 2009),
Especialização em Tomografia e Ressonância Cardiovascular (InCor-FMUSP, 2009-2011)
Especialista em Ecocardiografia (SBC)

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