ECG

Desafio de ECG – nível moderado

Escrito por Pedro Veronese

Esta publicação também está disponível em: Português

Analisaremos o seguinte ECG:Presentation1

Resposta abaixo

Resposta: Fibrilação atrial pré-excitada por uma via acessória esquerda.

No exemplo acima temos uma taquicardia de QRS largo e RR irregular no ECG. Porém, notem que em uma mesma derivação a duração dos QRSs varia de um batimento para o outro. Há batimentos bem estreitos e batimentos mais largos, o que mostra batimentos com diferentes graus de fusão (quando o ventrículo é despolarizado por duas frentes de onda – pelo NAV e pela via acessória). Quando o batimento é mais estreito significa que o ventrículo foi despolarizado predominantemente pelo NAV. Quando o batimento é mais largo significa que o ventrículo foi despolarizado predominantemente pela via acessória.

Quando se tem uma FA com bloqueio de ramo (aberrância de condução), apesar de ser uma taquicardia de QRS largo e com RR irregular, a duração dos complexos QRSs numa mesma derivação não varia tanto. Note que no DII longo temos complexos QRS bem estreitos e complexos QRSs alargados. Além do mais, o menor RR desta taquicardia chega a ter 5 quadradinhos (200ms ou 300bpm), o que torna muito pouco provável que essa FA esteja descendo aos ventrículos apenas pelo NAV.

Taquicardia supraventricular com aberrância não pode ser explicada pela irregularidade dos QRSs e portanto, so sobraria FA com aberrância de condução que já foi descartada pelos comentários acima.

Numa taquicardia ventricular polimórfica existe a torção das pontas durante a taquicardia o que não vemos nesse traçado.

Desta forma, temos uma taquicardia de QRS largo, porém com uma variação na duração dos QRSs numa mesma derivação (batimentos com graus diferentes de fusão). Em alguns momentos o menor RR chega a 5 quadradinhos (200ms ou 300bpm) o que corrobora a presença de via acessória. Há também ondas deltas bem visualizadas nos batimentos finais de V2 e V3. Como V1 é positivo, temos uma via acessória do lado esquerdo do coração, portanto o impulso elétrico sai do lado esquerdo do coração (mais posterior) e vai para o lado direito do coração (mais anterior), projetando uma onda delta + na derivação V1.

 

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Sobre o autor

Pedro Veronese

Médico Especialista em Clínica Médica pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Cardiologista, Arritmologista e Eletrofisiologista pelo InCor-HCFMUSP.
Médico Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC.
Médico Especialista em Arritmia Clínica e Eletrofisiologia pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas - SOBRAC.
Médico do Centro de Arritmias Cardíacas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Doutor em Cardiologia pelo InCor - HCFMUSP.
Preceptor da Residência de Clínica Médica do Hospital Estadual de Sapopemba e Hospital Estadual Vila Alpina.
Médico Chefe de Plantão do Pronto Socorro Central da Santa Casa de São Paulo.
Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Professor da Faculdade de Medicina UNINOVE.

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