Lípides

Os inibidores de PCSK9 são capazes de reduzir eventos cardiovasculares?

Escrito por Fernando Figuinha

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Vários estudos foram publicados nos últimos anos mostrando a potência dos inibidores da PCSK9 em reduzir o LDL mesmo naqueles utilizando estatinas, mostrando sua segurança e melhora de desfechos como redução de placa aterosclerótica.

Mas ainda faltava evidência em redução de desfechos “duros” para essa classe, tais como redução de mortalidade, de infarto etc.

Os resultados do tão esperado estudo que mostrariam se um inibidor de PCSK9 poderia promover redução de eventos cardiovasculares foram apresentados no site do laboratório Amgen – que produz o medicamento Repatha (evolucumab) – ver aqui.

O estudo FOURIER Outcomes mostrou uma redução do desfecho primário (composto de morte cardiovascular, IAM, AVC e hospitalização por angina instável ou revascularização coronariana); além de redução significativa do desfecho secundário (composto de morte cardiovascular, IAM e AVC).

Foi um estudo multicêntrico de fase 3, duplo-cego, randomizado, placebo-controlado.

Foram 27.500 pacientes avaliados, com antecedentes de AVC isquêmico, IAM ou doença arterial periférica sintomática, e com LDL ≥ 70mg/dL ou colesterol não-HDL ≥ 100mg/dL apesar de terapia com estatina otimizada (pelo menos 20mg de atorvastatina ou equivalente).

Seus resultados finais serão apresentados no congresso anual do American College of Cardiology – ACC.17.

Será apresentado no mesmo congresso os resultados do estudo EBBINGHAUS – que envolveu 1.900 pacientes do FOURIER para realizar avaliação cognitiva dos mesmos – preocupação que surgiu a partir de alguns estudos recentes com o evolocumabe e alirocumabe. Segundo divulgação, esse estudo também atingiu sua meta primária, que foi demonstrar não-inferioridade do evolocumabe em relação ao placebo em relação a efeitos cognitivos.

Certamente é uma droga promissora para pacientes que antes tinham poucas opções de tratamento. Vamos aguardar os dados do estudo para avaliar o real impacto da intervenção (NNT, etc). Com estes dados em mãos poderemos ter uma noção mais exata dos efeitos da medicação e se estes justificariam o elevado custo da droga, que no Brasil é de mais de R$ 2.500,00 por mês (para a dose e 140mg a cada 2 semanas).

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Sobre o autor

Fernando Figuinha

Especialista em Cardiologia pelo InCor/ FMUSP
Médico cardiologista do Hospital Miguel Soeiro - Unimed Sorocaba.
Presidente - SOCESP Regional Sorocaba.

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