Terapia Intensiva Cardiológica

Dicas beira-leito – pós-operatório cirurgia cardíaca 1

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A saturação venosa central de O2 (SvO2) no pós-operatório de cirurgia cardíaca deve ser interpretada de forma cautelosa. A grande maioria dos pacientes no pós-operatório imediato encontram-se em franca síndrome inflamatória secundária a CEC e a própia agressão cirúrgica. Assim sendo, o usual é que a SvO2 esteja elevada (>70%) mesmo que o paciente esteja com má perfusão visceral. Assim, uma SvO2 elevada nesse período é pouco discriminativa – o paciente pode estar tanto evoluindo de forma favorável como pode estar com síndrome de baixo débito. Para fazer a distinção nestes casos é importante olhar patra os outros patrâmetros de microhemodinâmica (lactato, CO2 gap, BE, bicarbonato) e macrohemodinâmica (diurese, PA, etc). Já quando a SvO2 estiver baixa, isto geralmente estará indicando má perfusão visceral.

Nunca retirar dreno torácico no poi. Aguardar pelo menos 24 horas, mesmo que o débito seja insignificante. Antes de retirar o dreno, sentar o paciente no leito. Muitas vezes há coleções que não estão sendo drenadas devido a posição em decúbito dorsal. Quando o paciente senta-se, adotando outra posição, muitas vezes este líquido é mobilizado e passa a sair pelo dreno.

Referência: todas as informações contidas nestes tópicos de dicas beira-leito foram adquiridas em reuniões clínicas com assistentes do Incor. Não ficaremos colocando referência bibliográfica nestes casos.

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Sobre o autor

Eduardo Lapa

Editor-chefe do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Ecocardiografia pela SBC

2 comentários

  • As enzimas cardiacas apresentam-se elevadas e perde-se a especificidade para um diagnostico de IAM Perioeratorio de cir cardiaca,ficamos na dependencia de outros sinais clicos e ecg para um possivel diagnostico de infarto . Qual o nivel de corte das enzimas cardiacas troponina e MB para se ter diagnostico mais confiavel ou suspeito de IAM no perioperatorio de cirurgia cardiacas.?

    • Prezada Maria.
      Sua pergunta é bastante oportuna e já a fiz algumas vezes. Em 2007 um documento publicado pelas principais entidades de cardiologia do mundo uniformizou as Definições Universais de IAM (http://circ.ahajournals.org/cgi/reprint/116/22/2634) . Apesar de aumentos de marcadores serem relacionados a necrose miocárdica, esta pode ter um caráter focal ( IAM) ou difuso. Na situação de perioperatório, muito da elevação de marcadores se deve a dano difuso miocárdio e para a definição de IAM é utilizado o aumento de pelo menos 5 vezes o percentil 99 da troponina nas primeiras 72h do procedimento ASSOCIADO a Novas ondas Q patológicas ou BRE novo Oclusão do enxerto novo ou da artéria coronária nativa ou Imagem de nova perda de miocárdio viável ou nova alteração regional de motilidade de parede.
      Lembro que esses parâmetros são arbritários e servem principalmente para uniformização entre os artigos científicos, e que na vida real o mais importante a associação dos fatores e individualização clínica.
      Para outros procedimentos envolvendo cirurgia cardiacas, esses valores são ainda mais imprecisos.
      Nos proximos dias, disponibilizarei Slides de uma aula a respeito de IAM após cirurgia valvar.
      Espero ter ajudado

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