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Já vimos em um post prévio quais são os principais critérios de alto risco na cintilografia miocárdica. Este tema frequentemente é cobrado em provas de título de especialista! Hoje exemplificaremos um dos mais conhecidos parâmetros de risco elevado na cintilo – a dilatação do ventrículo esquerdo durante a fase de estresse (físico ou farmacológico). A figura a seguir foi retirada do capítulo de cintilografia miocárdica do nosso Manual de Cardiologia Cardiopapers e mostra hipocaptação transitória em regiões inferior, septal e apical do VE associada à dilatação do VE na fase de estresse.
A dilatacão do VE durante o estresse pode ocorrer por mais de um mecanismo. Pode ser decorrente de uma dilatação real de todo o ventrículo esquerdo resultante da diminuição da função sistólica global causada pela isquemia. Outro mecanismo citado é o de isquemia subendocárdica difusa. Neste caso não ocorre dilatação real do VE mas como todo o subendocárdio está mal perfundido, vê-se uma hipocaptação difusa da parte interna do VE. Isto gera a impressão de que a cavidade do VE aumentou com o estresse quando o que ocorreu na verdade foi uma diminuição relativa na espessura da parede do VE vista na cintilografia.
De uma forma ou de outra, a dilatação da cavidade do VE vista na cintilo durante a fase de estresse está correlacionada com aumento de eventos isquêmicos ao longo do seguimento e deve ser avaliada com cuidado.
Em um eco TT feito imediatamente após um TE, observaríamos aumento cavitário em comparação a um eco feito antes do esforço?
Paulo, sim. A dilatação da cavidade do VE com estresse físico ou farmacológico inclusive é um dos critérios de risco elevado no eco estresse. O raciocínio é análogo ao da cintilografia.