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Muitos médicos têm receio de fazer massagem do seio carotídeo (MSC) em idosos para a investigação de síncope por medo de provocar um acidente vascular cerebral (AVC) ou um ataque isquêmico transitório (AIT). Mas o que recomenda a diretriz europeia sobre este tema?
- A MSC está indicada em pacientes com mais de 40 anos, com síncope de origem desconhecida compatível com mecanismo reflexo, isto é, suspeita de síncope neuromediada.
- A síncope do seio carotídeo (SSC) é confirmada se a MSC causar bradicardia (assistolia) e/ou hipotensão, que reproduza os sintomas espontâneos do paciente, em indivíduos com achados clínicos compatíveis com síncope reflexa (neuromediada).
Conclui-se desta forma que:
- Síncope reproduzida pela MSC define a SSC.
- MSC positiva em pacientes sem história de síncope define o conceito de hipersensibilidade do seio carotídeo (HSC).
- A HSC em pacientes com síncope inexplicada pode ser um achado inespecífico, porque está presente em até 40% dos idosos e, portanto, deve ser interpretada com cautela para o diagnóstico do mecanismo da síncope.
REPETINDO: síncope + massagem do seio carotídeo positiva = Síncope do seio carotídeo? Não! Essa manobra é positiva em quase metade dos pacientes idosos! Para confirmar mesmo o diagnóstico tem que ter síncope reproduzida na hora da massagem do seio carotídeo.
As complicações neurológicas com a MSC são raras. Desta forma, ela deve ser empregada com cautela em pacientes com AIT ou AVC prévios ou estenose de carótida > 70%.
Comentário do Cardiopapers: a MSC quando bem indicada é um procedimento seguro na elucidação etiológica da síncope, principalmente na população idosa. Deve ser evitada quando o paciente tem histórico de AIT, AVC ou estenose importante de carótida (> 70%).
Referência: