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Os americanos costumam dizer que “mitral regurgitation begets mitral regurgitation”. Ou seja, a regurgitação mitral seria capaz de se autoalimentar, promovendo assim sua acentuação com o passar do tempo. Faz sentido? Sim. Sabe-se que a insuficiência mitral leva a uma sobrecarga crônica de volume sobre o ventrículo esquerdo (IM). Quanto mais sobrecarga de volume sobre o VE, mais ele tende a se dilatar. A dilatação desta câmara, por consequência, tende a intensificar a IM por 2 motivos:
- causa deslocamento apical dos músculos papilares os quais, por sua vez, tracionam os folhetos da mitral em direção ao VE. Este é o chamado tethering, o que resulta em diminuição da coaptacão das cúspides mitrais e, como resultado, na piora da IM
- também pode haver dilatação do anel mitral, o qual também diminui a eficácia do fechamento das cúspides mitrais durante a sístole ventricular.
Este é um dos motivos pelos quais as diretrizes recomendam que a abordagem da IM importante seja precoce. Operando o paciente precocemente, evita-se a dilatação excessiva do VE e as suas consequências.