Valvopatias

É verdade que “insuficiência mitral gera mais insuficiência mitral”?

Escrito por Eduardo Lapa

Esta publicação também está disponível em: Português

Os americanos costumam dizer que “mitral regurgitation begets mitral regurgitation”. Ou seja, a regurgitação mitral seria capaz de se autoalimentar, promovendo assim sua acentuação com o passar do tempo. Faz sentido? Sim. Sabe-se que a insuficiência mitral leva a uma sobrecarga crônica de volume sobre o ventrículo esquerdo (IM). Quanto mais sobrecarga de volume sobre o VE, mais ele tende a se dilatar. A dilatação desta câmara, por consequência, tende a intensificar a IM por 2 motivos:

  • causa deslocamento apical dos músculos papilares os quais, por sua vez, tracionam os folhetos da mitral em direção ao VE. Este é o chamado tethering, o que resulta em diminuição da coaptacão das cúspides mitrais e, como resultado, na piora da IM
  • também pode haver dilatação do anel mitral, o qual também diminui a eficácia do fechamento das cúspides mitrais durante a sístole ventricular.

Este é um dos motivos pelos quais as diretrizes recomendam que a abordagem da IM importante seja precoce. Operando o paciente precocemente, evita-se a dilatação excessiva do VE e as suas consequências.

Referência: Nishimura RA, Otto CM, Bonow RO, Carabello BA, Erwin III JP, Fleisher LA, Jneid H, Mack MJ, McLeod CJ, O’Gara PT, Rigolin VH, Sundt III TM, Thompson A, 2017 AHA/ACC Focused Update of the 2014 AHA/ACC Guideline for the Management of Patients With Valvular Heart Disease, Journal of the American College of Cardiology (2017), doi: 10.1016/j.jacc.2017.03.011.

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Sobre o autor

Eduardo Lapa

Editor-chefe do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Ecocardiografia pela SBC

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