ECG

ECG: você sabe calcular o índice de Morris? Tem certeza?

Escrito por Eduardo Lapa

Esta publicação também está disponível em: Português

Um dos sinais clássicos de sobrecarga de átrio esquerdo (SAE) no ECG é o índice de Morris, descrito em 1964. Contudo, nem todos sabem como calcular de forma correta este índice. Muitos pensam que a simples presença de uma deflexão negativa da onda P em V1 acima de 40 ms (1 quadradinho de duração) já indica SAE. Não é o caso! Exemplo prático de ECG de paciente normal, sem qualquer cardiopatia:

normal

Nota-se neste caso que a parte negativa da onda P em V1 supera um quadradinho de duração. E aí? O que ocorre que esta duração aumentada pode ser encontrada em alguns casos em indivíduos normais assim como pode ser vista em pacientes com graus de bloqueio interatrial de condução, sem que haja SAE associada.

O índice proposto por Morris é calculado multiplicando-se a duração fase negativa da onda em V1 (em ms) pela amplitude da desta mesma fase (em mm). Se este cálculo for maior que 40 ms x mm – confirma-se o diagnóstico de SAE com grande especificidade (>90%).

Usando este cálculo no exemplo acima, temos:

morris2

Ou seja, não preenche critério!

OBS: os números usados no cálculo acima estão aproximados já que não foram feitos em aparelho digitalizado. O mesmo serve para o exemplo abaixo.

Já se pegarmos este exemplo de paciente com estenose mitral importante, nota-se que o cálculo é fortemente sugestivo de SAE:

morris3

Resumindo:

Morris ≥ 40 ms x mm = SAE

Referências:

de Luna, B. Clinical Electrocardiography. pg 110. 2012.

Morris JJ et al. P-wave analysis em valvular heart disease. Circulation. 1964.

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Sobre o autor

Eduardo Lapa

Editor-chefe do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Ecocardiografia pela SBC

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