Insuficiência Cardíaca

Falece o paciente do primeiro xenotransplante cardíaco

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Há alguns meses, o mundo foi surpreendido com a notícia que o paciente David Bennett havia sido submetido ao primeiro xenotransplate cardíaco, tendo recebido um coração de porco geneticamente modificado.

Só lembrando:

alotransplante = órgão vem de outro ser humano

xenotransplante = órgão vem de outra espécie (neste caso, um porco)

Xeno vem do grego que significa estrangeiro, estranho, que não pertence a um certo grupo.

Em um post anterior explicamos como foi possível esse feito na medicina e como a engenharia genética e evolução do conhecimento foi responsável por esse marco histórico. Apesar da boa evolução inicial, no dia 09 de março de 2022 o paciente veio a óbito, 2 meses depois de receber xenoenxerto suíno.

Pouco se sabe as razões que levaram o paciente ao óbito, já que após a cirurgia o xenoenxerto teve um bom desempenho por várias semanas e não mostrou sinais de rejeição. O hospital apenas divulgou que o quadro clínico de Bennett piorou nos últimos dias e que a equipe responsável pelo feito planeja publicar suas descobertas.

O primeiro transplante de coração de porco em humanos atraiu fascínio mundial e levou muitos a especular sobre o futuro.  Independentemente do desfecho final, foi um grande passo na medicina e não devemos nos desmotivar: toda terapia nova passa por alguns percalços. O início do alotransplante foi marcado por altas taxas de mortalidades, mas evoluiu ao longo dos anos sendo hoje a terapia padrão ouro para pacientes com insuficiência cardíaca avançada. Bennett através do seu ato corajoso e nobre nos ajudou a avançar um pouco mais no desenvolvimento dos xenotransplantes, portanto merece ser lembrado com gratidão por todos.

Nota do editor (Eduardo Lapa) – a medicina está cheia de exemplos de técnicas e tecnologias novas que demoraram anos, às vezes décadas, para chegarem ao seu ponto ideal. Um bom exemplo é a angioplastia coronária (ATC). Nos primeiros anos, a ATC era feita apenas com balão e a taxa de oclusão aguda do vaso após o procedimento era alta, assim como a taxa de reestenose a longo prazo. Nos primeiros anos a técnica era usada majoritariamente para casos agudos (ex: IAM com supra de ST). Com o advento dos stents (principalmente os stents farmacológicos) e da terapia de dupla antiagregação (que prevenia trombose do stent), a técnica alcançou outros patamares. Mas, veja bem! Entre a primeira angioplastia feita por Gruentzig em 1977 e o primeiro stent farmacológico ser colocado por Dr Eduardo Sousa, passaram-se mais de 20 anos. Esperemos agora para ver como será a evolução do xenotransplante.

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Sobre o autor

Maria Tereza Sampaio de Sousa Lira

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