Coronariopatia

FFR é custo-efetiva?

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Postamos há algumas semanas um tópico sobre FFR e suas utilidades. Esta semana no circulation foi publicado uma subanálise do FAME trial que versa sobre a avaliação da FFR sobre o ponto de vista econômico. Vale a pena? Aumenta ou diminui os custos? O que se viu é que após 1 ano houve diminuição de custos com o uso da ferramente diagnóstica. Enquanto que o seguimento de 1 ano do grupo manejado da maneira usual (guiado apenas pela cinecoronariografia) foi de 16.700 dólares por paciente o do grupo guiado por FFR foi de 14.315 dólares/pcte. Este cálculo de gastos contava desde a internação, cateterismo, stents e afins no início do seguimento até as possíveis intercorrências que poderiam vir a acontecer no acompanhamento (infarto, reestenose intra-stent com necessidade de nova angioplastia, etc).

Notou-se que 70% da economia do grupo da FFR vinha da internação inicial para se realizar a angioplastia. Apesar do catéter que mede a pressão pré e pós obstrução somado a adenosina necessária para sensibilização do exame resultar em um custo adicional de quase 1.000 dólares por pcte, houve uma economia média de aproximadamente 1.700 dólares em stents farmacológicos por indivíduo. O grupo tratado apenas pela angiografia colocou em média 2,7 stents farmacológicos por pcte enquanto que o grupo guiado pela FFR teve uma média de 1,9 stents farmacológicos inseridos por pcte.

Mesmo após a alta a economia no grupo FFR continuou. Isto deveu-se ao fato, entre outras coisas, da necessidade de novas angioplastias ter sido menor neste grupo. Motivo – menor incidência de reestenose intra-stent?

É um estudo interessante já que revela, como os próprios autores citam na conclusão, que a FFR trata-se de um método que além de diminuir desfechos (no caso morte+IAM) proporciona diminuição de gastos.

É um bom argumento para se mostrar aos planos de saúde que em sua maioria não cobrem o custo do procedimento. Talvez a economia na realidade brasileira seja até maior do que mostrada no estudo. Isto porque no FAME cada stent farmacológico custava em média 2.100 dólares – ou seja, pouco menos de 4.000 reais. Já no Brasil o stent farmacológico, em média, custa o dobro ou até o triplo disto.

Referência: Fearon FW, et al.Economic Evaluation of Fractional Flow Resevre Guidede Percutaneous Coronary Intervention in Patients with Multivessel Disease. Circulation 2010; 122; 2545-2550.

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Sobre o autor

Eduardo Lapa

Editor-chefe do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Ecocardiografia pela SBC

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