Arritmia ECG Prevenção

Fibrilação Atrial e Flutter em Paciente Assintomático: O Que Fazer?

Escrito por Pedro Veronese

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Arritmias em pacientes assintomáticos sempre geram dúvidas em relação à conduta clínica. Baseado nisso, um novo documento da Sociedade Europeia de Cardiologia publicado recentemente, Europace. 2019 Mar 18. pii: euz046. doi: 10.1093/europace/euz046, tenta trazer as melhores práticas clínicas nos diferentes cenários. Neste post abordaremos especificamente a fibrilação atrial (FA) e o flutter (FLU).

FA é a arritmia sustentada mais frequente da prática clínica, chegando a uma prevalência em torno de 10% em indivíduos a partir dos 80 anos de idade. Porém, a prevalência de FA assintomática é desconhecida e varia entre 10% a 40% nas diferentes coortes, a depender dos fatores de riscos da população estudada, intensidade do monitoramento e tempo de follow-up.

O termo FA assintomática é utilizado quando se detecta esta arritmia por acaso em exame clínico de rotina ou quando é registrada por exame de screening com documentação eletrocardiográfica (duração da arritmia ≥ 30 segundos). Acredita-se que esses pacientes com FA assintomática detectada por ECG de superfície têm uma maior densidade de arritmia, quando comparados aos com FA subclínica detectada por devices implantáveis, o que permitiria sua detecção em avaliações pontuais por meio de ECG, Holter ou Loop recorder.

As principais recomendações para esta população de pacientes com FA assintomática são:

  1. Devem ser anticoagulados de acordo com o risco calculado pelo CHA2DS2-VASc escore, igual aos pacientes com FA sintomática.
  2. Pacientes com CHA2DS2-VASc ≥ 2 devem ser rastreados na tentativa de se detectar FA assintomática.
  3. Modificações no estilo de vida devem ser estimuladas, igual aos pacientes com FA sintomática.
  4. Cardioversão pode ser aconselhável para se diferenciar os indivíduos realmente assintomáticos daqueles adaptados aos sintomas.
  5. Fármacos para controle de frequência devem ser prescritos para FA de alta resposta para se evitar taquicardiomiopatia.
  6. Ablação por cateter pode ser proposta em pacientes selecionados, baseado nas preferências do paciente, após todos os esclarecimentos pertinentes.

 



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Sobre o autor

Pedro Veronese

Médico Especialista em Clínica Médica pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Cardiologista, Arritmologista e Eletrofisiologista pelo InCor-HCFMUSP.
Médico Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC.
Médico Especialista em Arritmia Clínica e Eletrofisiologia pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas - SOBRAC.
Médico do Centro de Arritmias Cardíacas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Doutor em Cardiologia pelo InCor - HCFMUSP.
Preceptor da Residência de Clínica Médica do Hospital Estadual de Sapopemba e Hospital Estadual Vila Alpina.
Médico Chefe de Plantão do Pronto Socorro Central da Santa Casa de São Paulo.
Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Professor da Faculdade de Medicina UNINOVE.

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