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A síncope vasovagal é uma condição clínica que pode comprometer de forma significativa a qualidade de vida de alguns pacientes. Até o momento não há medicações que tenham mostrado real benefício em estudos randomizados controlados para esta condição. Um esperado estudo publicado recentemente testou o uso da fludrocortisona neste cenário.
A fludrocortisona tem efeito mineralocorticoide aumentando a absorção de água e sódio pelo organismo. O racional para o uso desta medicação na síncope vasovagal é o aumento da volemia e do retorno venoso, que impediriam o desencadeamento do reflexo vasovagal.
Esse estudo multicêntrico, duplo cego e placebo controlado avaliou 210 pacientes com síncope vasovagal. Os autores procuraram determinar se a fludrocortisona reduziria a probabilidade de síncope vasovagal em pelo menos 40%. Apesar da redução no risco relativo de síncope em 31%, essa diferença não foi estatisticamente significativa quando comparada ao placebo (p = 0,69), pois a redução pré-especificada pelos autores era de pelo menos 40% conforme relatado acima.
Embora o estudo tenha sido negativo no seu desfecho principal, a fludrocortisona reduziu a probabilidade de síncope em um modelo multivariado (p = 0,024) e também foi efetiva após duas semanas de estabilização da dose máxima tolerada pelo paciente (p= 0,019).
Lembrar que a medicação deve ser evitada em pacientes com insuficiência cardíaca assim como em hipertensos.
Resumo:
As medidas comportamentais ainda são o tratamento mais efetivo para a síncope vasovagal, porém a fludrocortisona pode ter algum papel em pacientes bem selecionados após estabilização da máxima dose tolerada.
