Arritmia

HAS-BLED – uma nova forma de medir o risco de sangramento em pctes anticoagulados

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A fibrilação atrial é uma das principais causas de AVC no mundo. Atualmente existem vários escores diferentes para medir o risco do pcte com esta arritmia ter no futuro um evento cerebral (como o CHADS2 ou o CHA2DS2 VASc). Os pacientes com risco maior geralmente são tratados com anticoagulantes. Contudo, estes protegem o indivíduo de eventos embólicos mas os coloca em risco de sangramento. O ideal então seria ter algum escore que dissesse ao médico de forma mais precisa qual o risco de determinado pcte apresentar sangramentos importantes quando do uso de marevan ou outros anticoagulantes. Foi com esse objetivo que criou-se o escore HAS-BLED, recentemente validado em mais um estudo. O escore traz 9 fatores de risco para sangramento em pctes usando marevan. cada fator soma 1 ponto na conta final. Quanto maior o número de fatores de risco, maior o risco de sangramento. Os fatores são os seguintes:

Hipertensão – PAS >160 mmHg

Alteração da função renal (1 ponto) ou hepática (1 ponto) – Cr>2,6, necessidade de diálise ou transplantado renal; Cirrose ou Bilirrubinas >2x normal associado a TGO/TGP/Fosfatase alacalina>3x o normal

Stroke (AVC prévio)

Bleeding (sangramento prévio ou predisposição a sangramento como coagulopatia)

Labile INRs (RNIs que variam muito ou que estão em <60% das vezes na faixa terapêutica)

Elderly (>65 anos)

Drogas (1 ponto) ou alcoolismo (1 ponto) – uso de antiplaquetários, AINES ou corticóide; uso abusivo de álcool (>8 doses por semana)

De forma geral, pctes com escore maior ou igual a 3 são considerados de alto risco para sangramento. Um dado importante estes pctes não possuem contra-indicação ao uso de anticoagulantes mas se forem submetidos a tal terapêutica têm que ser acompanhados de forma mais intensiva. Outro dado importante é que este escore também prediz risco aumentado de sangramento com o uso de aas. Assim, não vale aquele conceito de: Ah, o pcte tem um HAS-BLED alto então vamos usar aas no lugar do marevan. Isto não se aplica. O risco de sangramento com o marevan quando bem controlado (RNI entre 2 e 3) não é superior ou do pcte que usa aas e o marevan protege de forma muito mais eficaz o indivíduo contra eventos embólicos.

Outro dado relevante é que este escore não foi validado para os novos anticoagulantes (rivaroxaban, apixaban, dabigatrana).

Referência: Lip GYH, Frison L, Halperin JL, et al. Comparative validation of a novel risk score for predicting bleeding risk in anticoagulated patients with atrial fibrillation. J Am Coll Cardiol 2011; 57:173-80.

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Sobre o autor

Eduardo Lapa

Editor-chefe do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Ecocardiografia pela SBC

2 comentários

  • A OBJETIVIDADE FOI PRIORIZADA E COMENTÁRIOS DO “ESPECIALISTA” BONS, ALÉM DE REFERÊNCIAS À LITERATURA CONHECIDA.
    ACREDITO QUE FAREI NOVAS CONSULTAS.

    OBRIGADA.

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