Arritmia Emergências Insuficiência Cardíaca

Meu Paciente Apresentou uma Taquicardia Ventricular Sustentada. E Agora!!! Indico CDI ou Ablação por Cateter?

Escrito por Pedro Veronese

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Na prática clínica, frente a um paciente com taquicardia ventricular sustentada (TVS), é comum haver dúvida se indicamos um cardiodesfibrilador implantável (CDI), uma ablação por cateter, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Quando se opta por CDI e ablação por cateter ao mesmo tempo, qual deles se indica primeiro? O CDI ou a ablação por cateter? O post a seguir vai te ajudar a organizar esse fluxograma.

Quando o paciente apresenta uma TVS idiopática, ou seja, uma taquicardia ventricular em coração estruturalmente normal (ex. taquicardia ventricular fascicular ou taquicardia ventricular de via de saída do ventrículo direito), a ablação por cateter é a melhor opção pelas altas taxas de cura, sem os potenciais efeitos colaterais dos antiarrítmicos. Enquanto se aguarda o procedimento invasivo ou no seu insucesso, as drogas antiarrítmicas podem ser utilizadas.

Quando um paciente portador de cardiopatia estrutural apresenta uma TVS, o raciocínio é um pouco diferente. O primeiro passo é avaliar se há ou não indicação de CDI para prevenção primária ou secundária. Veja meus posts prévios sobre os temas (https://d3gjbiomfzjjxw.cloudfront.net/quando-indicar-cdi-na-prevencao-primaria-uma-abordagem-pratica e https://d3gjbiomfzjjxw.cloudfront.net/cdi-para-prevencao-secundaria-quando-indicar/). Se houver indicação de CDI, este deve ser implantado e a ablação por cateter pode ser tentada antes do implante ou após o implante, neste último caso, principalmente se houver terapias apropriadas do dispositivo eletrônico.

DICA IMPORTANTE:

  • Uma ablação por cateter bem-sucedida não modifica a indicação do CDI em pacientes com cardiopatia estrutural.

Não havendo indicação de CDI, o paciente deve ser avaliado para fármacos antiarrítmicos e/ou ablação por cateter. A melhor droga antiarrítmica vai depender de cada cardiopatia.

Veja o fluxograma abaixo, que resume os principais pontos do post:

Bibliografia:

  1. Relampa 2015;28(2 Supl):S1-S25.
  2. Arq Bras Cardiol 2007; 89(6): e210-e237.
  3. Circulation. 2018;138:e272–e391.
  4. European Heart Journal (2015) 36, 2793–2867.

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Sobre o autor

Pedro Veronese

Médico Especialista em Clínica Médica pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Cardiologista, Arritmologista e Eletrofisiologista pelo InCor-HCFMUSP.
Médico Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC.
Médico Especialista em Arritmia Clínica e Eletrofisiologia pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas - SOBRAC.
Médico do Centro de Arritmias Cardíacas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Doutor em Cardiologia pelo InCor - HCFMUSP.
Preceptor da Residência de Clínica Médica do Hospital Estadual de Sapopemba e Hospital Estadual Vila Alpina.
Médico Chefe de Plantão do Pronto Socorro Central da Santa Casa de São Paulo.
Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Professor da Faculdade de Medicina UNINOVE.

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