Miscelânia

Nefropatia diabética: uma nova alternativa de tratamento?

endocrinologia: imagem mostrando o nome diabetes e uma seringa de insulina
Escrito por Fernando Figuinha

Esta publicação também está disponível em: Português

Enquanto a evolução do tratamento do diabetes tem sido expressiva (hoje já contamos com amplo arsenal terapêutico não limitado mais a biguanidas e sulfoniureias), observou-se apenas um progresso modesto no tratamento da nefropatia diabética.

Resultados promissores do estudo LEADER (Liraglutide Effect and Action in Diabetes: Evaluation of Cardiovascular Outcome Results) revelaram um potencial benefício da liraglutida, agonista GLP-1, em pacientes diabéticos tipo 2 com alto risco cardiovascular.

Em comparação com placebo, o uso da liraglutida (em adição ao tratamento padrão, incluindo inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona) demonstrou incidência 22% menor dos seguintes desfechos conjuntos: macroalbuminúria persistente (> 300 mg/dia); aumento persistente do nível sérico de creatinina em duas vezes o valor basal; evolução para doença renal terminal e morte por doença renal.

Em uma análise mais específica, este resultado deveu-se à queda na incidência de macroalbuminúria persistente. No entanto, não houve menor incidência de piora em duas vezes da creatinina basal e evolução para doença renal terminal, embora o uso da liraglutida tenha sido associado a uma menor perda na taxa de filtração glomerular, especialmente em pacientes com doença já estabelecida.

Também em estudos recentes, os inibidores SGLT2, empagliflozina e canagliflozina, apresentaram alto potencial de proteção renal, estando associados a menor decréscimo na taxa de filtração glomerular e menor albuminuria.

Por isso, é possível concluir que, para pacientes com diabetes tipo 2 e nefropatia diabética, o uso de agonistas GLP-1 e/ou inibidores SGLT2 como adjuvantes no tratamento parece trazer vantagens, visando ao melhor controle glicêmico e a menor progressão da doença renal. Vale destacar, também, que os mesmos estudos aqui discutidos apontaram melhores desfechos cardiovasculares com estes medicamentos, reforçando esta indicação.

Texto do site Pebmed publicado em parceria com o Cardiopapers.

Autor:

Eduardo Cardoso de Moura

Residência em Clínica Médica pela UFF

Diretor de Conteúdo da PEBMED

Referências:

  • Afkarian M, Zelnick LR, Hall YN, et al. Clinical manifestations of kidney disease among US adults with diabetes, 1988- 2014. JAMA, 2016.
  • Mann JFE, Orsted DD, Brown-Frandsen K, et al. Liraglutide and renal outcomes in type 2 diabetes. N Engl J Med 2017;377: 839-48.
  • Wanner C, Inzucchi SE, Lachin JM, et al. Empagliflozin and progression of kidney disease in type 2 diabetes. N Engl J Med 2016;375:323-34.
  • Neal B, Perkovic V, Mahaffey KW, et al. Canagliflozin and cardiovascular and renal events in type 2 diabetes. N Engl J Med 2017;377:644-57.

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Sobre o autor

Fernando Figuinha

Especialista em Cardiologia pelo InCor/ FMUSP
Médico cardiologista do Hospital Miguel Soeiro - Unimed Sorocaba.
Presidente - SOCESP Regional Sorocaba.

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