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O Risco de AVC é o Mesmo para Fibrilação Atrial Paroxística, Persistente e Permanente?

Escrito por Pedro Veronese

Esta publicação também está disponível em: Português

A fibrilação atrial (FA) pode ser classificada em: FA paroxística, persistente e permanente. A FA paroxística tem duração menor de 7 dias, a FA persistente tem duração maior de 7 dias e a quando o paciente (e seu médico) aceita permanecer em FA, da-se o nome de permanente.

O risco de eventos tromboembólicos na fibrilação atrial independe da sua apresentação (paroxística, persistente ou permanente), mas sim dos fatores de riscos associados englobados pelo escore CHA2DS2VASc (insuficiência cardíaca, hipertensão arterial sistêmica, idade, diabetes, acidente vascular cerebral/ataque isquêmico transitório, doença vascular e sexo feminino). Essa é uma afirmação presente nos principais guidelines sobre o tema.

Apesar disso, existe uma sensação de quem trabalha com fibrilação atrial, não comprovada por estudos, de que a forma paroxística apresente um menor risco de eventos tromboembólicos. Repito mais uma vez: sem evidências científicas até o momento! Porém, um novo estudo publicado em janeiro/2017 vem ao encontro dessa impressão, Circ Arrhythm Electrophysiol. 2017; 10:e004267.

Em uma análise pré-especificada do estudo ENGAGE AF-TIMI 48, que testou edoxabana vs varfarina, foi evidenciado que pacientes com FA paroxística seguidos por um tempo médio de 2,8 anos, apresentaram um menor risco de eventos tromboembólicos cerebrais e sistêmicos quando comparados à pacientes com FA persistente e permanente. Houve também uma menor taxa de mortalidade por todas as causas nesta população.

O interessante desse fato, é que o escore CHA2DS2VASc não leva em consideração o tipo de apresentação da FA para estimar o risco de eventos tromboembólicos. Outros grandes estudos testando novos anticoagulantes orais, como: Aristóteles, Rocket-AF, Averroes entre outros, também observaram uma menor taxa de eventos tromboembólicos na apresentação paroxística desta arritmia.

Concluímos, que ainda são necessárias mais evidências para se confirmar esse achado e que em breve, a apresentação da FA, poderá fazer parte da estratificação de risco dos pacientes com essa arritmia.

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Sobre o autor

Pedro Veronese

Médico Especialista em Clínica Médica pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Cardiologista, Arritmologista e Eletrofisiologista pelo InCor-HCFMUSP.
Médico Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC.
Médico Especialista em Arritmia Clínica e Eletrofisiologia pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas - SOBRAC.
Médico do Centro de Arritmias Cardíacas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Doutor em Cardiologia pelo InCor - HCFMUSP.
Preceptor da Residência de Clínica Médica do Hospital Estadual de Sapopemba e Hospital Estadual Vila Alpina.
Médico Chefe de Plantão do Pronto Socorro Central da Santa Casa de São Paulo.
Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Professor da Faculdade de Medicina UNINOVE.

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