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A AstraZeneca anunciou ontem os resultados iniciais do estudo DAPA-HF, monstrando que a Dapagliflozina (10mg 1x/d) reduziu significativamente o desfecho composto de morte cardiovascular ou piora da IC em comparação com o placebo. O DAPA-HF é o primeiro ensaio clinico randomizado com inibidores da SGLT2 (ou gliflozinas) conduzido em pacientes com ICFER (definido como FEVE ≤ 40% e NYHA II-IV), com e sem diabetes tipo 2. Vale lembrar que os estudos CANVAS, DECLARE-TIMI 58, e EMPA-REG foram desenhados para avaliar diabéticos e não especificamente portadores de IC.
Os resultados completos do DAPA-HF não foram publicados (provavelmente serão apresentados no congresso da AHA em novembro) e ainda não temos informações adicionais sobre, por exemplo, se o benefício foi restrito somente aos diabéticos. Dependendo dos resultados, o DAPA-HF pode ser a primeira evidência de benefício das gliflozinas em não-diabéticos, o que certamente teria repercussão no manejo da IC.
Os benefícios no DAPA-HF foram observados quando a Dapagliflozina foi adicionada ao tratamento padrão da IC, o que inclui o uso de betabloqueadores, inibidores da ECA, bloqueadores do receptor da angiotensina, antagonistas mineralocorticóides e sacubitril/valsartan. Isso levanta a questão de custos incrementais no tratamento da IC, ainda mais agora que o sacubitril/valsartan acabou de ser incorporado pelo SUS…
Ainda de acordo com a nota do laboratório, o perfil de segurança da Dapagliflozina teria sido consistente com aquele já estabelecido em estudos prévios e não houve menção sobre amputações, infecções urinárias ou síndrome de Fournier.
Além da ICFER, a dapagliflozina também está sendo estudada em pacientes com ICFEP nos estudos DELIVER e DETERMINE (ICFER e ICFEP). Assim que os resultados formais do DAPA-HF forem oficialmente apresentados, traremos outros detalhes.
