Esta publicação também está disponível em:
Os pctes submetidos à cirurgia cardíaca são considerados de forma geral como de risco ao menos moderado de eventos tromboembólicos durante o período perioperatório. Contudo, ao mesmo tempo também são considerados como de alto risco para sangramento secundário ao uso de medidas farmacológicas para previnir TVP/TEP. Neste contexto, como manejar estes pctes? O consenso do ACCP lançado no ano passado fala extensamente sobre as estratégias de profilaxia de TEV (tromboembolismo venoso) em pctes cirúrgicos. Sobre a cirurgia cardíaca, as recomendações são as seguintes:
1- Pctes que evoluem de forma não complicada no pós-operatório – usar métodos mecânicos para profilaxia de TEV. O mais conhecido é a compressão pneumática intermitente.
2- Pctes que complicam por algum motivo no pós-operatório e assim ficam internados por período mais prolongado – desde que não possua contra-indicações ao uso de profilaxia medicamentosa – associar HNF ou HBPM à profilaxia mecânica.
Não li essas recomendações, mas certamente são apenas opiniões de especialistas. O estudo que testou compressão pneumática não mostrou benefício. Não há nenhum estudo randomizado que tenha testado a eficácia da heparina em cirurgias cardíacas. Abraço
Vitor Borges
Vitor, desculpe a demora na resposta. A recomendação é em grande parte baseada em opinião de especialistas sim. Vou colocar alguns trechos do consenso citado:
Of two randomized controlled trials of VTE prophylaxis
in cardiac surgery patients (Appendix S1),
one compared ES alone with ES plus IPC, 124 and the
other compared LDUH plus IPC with LDUH alone
in patients who underwent cardiac surgery at a single
center over a period of 10 years. 125 Because direct
evidence about the safety and effectiveness of prophylaxis
in patients undergoing cardiac surgery is limited,
we applied indirect evidence about relative risks from
studies of mixed surgical patients when making recommendations.
We classify most patients undergoing cardiac
surgery as being at moderate risk for VTE and at
high risk for major bleeding complications. In these
patients, low-quality evidence (moderate-quality evidence
downgraded for indirectness) suggests that the
benefi ts of pharmacologic prophylaxis with either
LDUH ( Table 9 ) or LMWH ( Table 10 ) are probably
outweighed by the potential harms. In contrast,
low-quality evidence suggests that the balance between
desirable and undesirable outcomes is more favorable
with mechanical prophylaxis ( Tables 11, 12 ),
which is expected to result in 15 to 20 fewer nonfatal
VTE events at the expense of an uncertain number of
skin complications.
When additional risk factors for VTE are present
and the baseline risk of VTE is high, the trade-offs
still appear to favor mechanical prophylaxis over both
no prophylaxis ( Tables 11, 12 ) and pharmacologic
prophylaxis ( Tables 13, 14 ). However, the relatively
high risk of postoperative bleeding almost surely
decreases over time in patients whose hospital course
is prolonged by one or more nonhemorrhagic surgical
complications. We classify such patients as being at
high risk for VTE and low (or average) risk for bleeding,
and these patients may benefi t from the addition
of pharmacologic prophylaxis to mechanical prophylaxis,
although the trade-offs only slightly favor combined
prophylaxis over mechanical prophylaxis alone
( Table 24 ).