Prevenção

Quais os benefícios cardiovasculares do exercício físico?

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– As primeiras evidências científicas de que o exercício físico diminui o risco de eventos cardiovasculares vem de estudo publicado em 1953 que mostrou que carteiros londrinos possuíam menor risco de doença arterial coronária do que telefonistas que trabalhavam na mesma empresa. 

– Apesar de haver vários estudos mostrando benefícios cardiovasculares com a prática de atividade física, no cenário de prevenção primária (pctes que nunca tiveram eventos cardiovasculares) não há nenhum trabalho randomizado sobre o assunto. As evidências são provenientes de estudos observacionais. 

– Por que a atividade física diminui o risco cardiovascular? Motivos:

1- há melhora de vários parâmetros como: diminuição de triglicerídeos, aumento de colesterol HDL, diminuição da pressão arterial, diminuição da glicemia de jejum, redução do peso e de fatores pró-inflamatórios. Tais efeitos corresponderiam a 59% dos efeitos benéficos do exercício sobre o coração.

2- melhora da função endotelial, ativação do tônus vagal (o que faz com que a frequência cardíaca diminua), remodelamento vascular (o que faz com que os vasos fiquem com o diâmetro maior) e aumento da biodisponibilidade do óxido nítrico. Estes corresponderiam aos 41% restantes dos benefícios cardiovasculares do exercício físico. 

– Proporcionalmente, o maior benefício da atividade física ocorre no indivíduo que sai do sedentarismo para a prática de qualquer grau de atividade física, mesmo que em pequena quantidade. Para a pessoa que já está ativa fisicamente, incrementos na quantidade de exercício geralmente irão gerar benefícios adicionais mas de menor monta do que a pessoa que abandona o sedentarismo. Ou seja, qualquer grau de atividade física é melhor do que nenhum exercício. 

– Mas e se o seu paciente relata que não possui tempo para praticar exercícios?  Há estudos mostrando que quanto mais tempo um indivíduo fica sentado por dia, maior sua mortalidade. Apenas o fato de ficar em pé mais do que 2 horas por dia já diminui em 10% o risco cardiovascular. Ou seja, não há desculpa para não se engajar em algum tipo de modificação de estilo de vida.

– Mas qual a quantidade correta de exercício a ser praticada semanalmente? Quanto mais melhor? Ou há um limite? Veremos isto no próximo post. 

Referência: Eijsvolgel et al. Exercise at the extremes. J Am Coll Cardiol 2016. 

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Sobre o autor

Eduardo Lapa

Editor-chefe do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Ecocardiografia pela SBC

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