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Paciente em avaliação de dispneia traz eco que mostra área valvar sugestiva de estenose mitral moderada e gradiente diastólico médio sugestivo de valvopatia importante. Pergunta: qual o parâmetro mais confiável para definir a gravidade da valvopatia?
Resposta: área valvar mitral, principalmente se estimada pela planimetria. Motivo: os gradientes diastólicos máximo e médio apresentam grande variação de acordo com modificações hemodinâmicas (ex: alteração de volemia, frequência cardíaca, etc). Assim, um paciente que normalmente tem gradiente médio de 6 mmHg pode apresentar elevação do mesmo para 10 mmHg poucos dias após caso comece a evoluir durante uma infecção respiratória com febre e taquicardia. Da mesma forma, o aumento do débito cardíaco e do status volêmico típico da gestação também pode alterar estes gradientes apesar da área valvar ficar razoavelmente estável.
A área valvar estimada pelo PHT também apresenta variação de acordo com alterações da hemodinâmica do paciente assim como depende da complacência do ventrículo esquerdo.
Em resumo: se for possível aferir a área valvar mitral pela planimetria, este é o parâmetro preferido para definir a gravidade da estenose mitral. No post seguinte veremos a nova classificação de gravidade da estenose mitral.