Arritmia Insuficiência Cardíaca Marcapasso Prevenção

Quando Indicar CDI na Prevenção Primária? Uma Abordagem Prática.

Escrito por Pedro Veronese

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Não há consenso em relação à indicação do cardiodesfibrilador implantável (CDI) para prevenção primária entre as diversas diretrizes (brasileiras, americana e europeia). Na figura a seguir, segue a visão do cardiopapers sobre o tema:

Veja alguns exemplos abaixo:

Caso Clínico 1:

Homem de 49 anos ficou internado por 5 dias devido a IAMCST, sendo submetido à angioplastia primária com colocação de stent farmacológico no terço proximal da DA. Após 3 meses do evento, retornou com seu cardiologista levando um ecocardiograma que mostrava FE 30%. Apresentava-se em CF I (NYHA) e vinha em uso regular de carvedilol 25 mg 12/12h, enalapril 20 mg 12/12h e espironolactona 25 mg.

Comentário: há indicação de implante de CDI para prevenção primária. Este é o paciente que apresenta o maior benefício no implante do dispositivo (prevenção primária).

Caso Clínico 2:

Homem de 58 anos, com antecedente de miocardiopatia chagásica, procurou cardiologista para seguimento clínico. Após otimização farmacológica com carvedilol, losartana, espironolactona e furosemida, solicitou retorno em 3 meses com ecocardiograma, que mostrava FE 35%. Apresentava-se em CF II (NYHA).

Comentário: há indicação de CDI para prevenção primária, embora os estudos mostrem que a proteção para pacientes com miocardiopatia não isquêmica seja inferior aos com miocardiopatia isquêmica.

Caso Clínico 3:

Mulher de 68 anos, com antecedentes de DM e tabagismo, encontra-se internada há 5 dias devido a IAMSST. Cateterismo cardíaco mostrou coronariopatia triarterial e o ecocardiograma evidenciou FE 30%. No momento recebe carvedilol 3,125 mg 12/12h, enalapril 5 mg 12/12h e espironolactona 25mg. Em reunião com a equipe da cardiologia foi optado por revascularização miocárdica cirúrgica.

Comentário: não há indicação de CDI, pois há isquemia passível de tratamento, o paciente encontra-se a menos de 40 dias do IAM e a medicação ainda não está otimizada.

Bibliografia:

1.    Relampa 2015;28(2 Supl):S1-S25

2.    Arq Bras Cardiol 2007; 89(6): e210-e237

3.    Circulation. 2018;138:e272–e391

4.    European Heart Journal (2015) 36, 2793–2867

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Sobre o autor

Pedro Veronese

Médico Especialista em Clínica Médica pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Cardiologista, Arritmologista e Eletrofisiologista pelo InCor-HCFMUSP.
Médico Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC.
Médico Especialista em Arritmia Clínica e Eletrofisiologia pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas - SOBRAC.
Médico do Centro de Arritmias Cardíacas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Doutor em Cardiologia pelo InCor - HCFMUSP.
Preceptor da Residência de Clínica Médica do Hospital Estadual de Sapopemba e Hospital Estadual Vila Alpina.
Médico Chefe de Plantão do Pronto Socorro Central da Santa Casa de São Paulo.
Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Professor da Faculdade de Medicina UNINOVE.

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