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Questões em cardiologia

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Questões em cardiologia – O que mostra o ecg a seguir?

Para ver a resposta, clique no link abaixo:

Resposta: Dextrocardia com Pré-excitação Ventricular intermitente

 

Evidenciamos onda p negativa em DI e positiva em AVR.Portanto deve-se fazer o diagnóstico diferencial de uma situação frequente na prática diária, que é a troca de eletrodos entre os braços, da dextrocardia.A diferenciação  é feita pela diminuição da amplitude dos QRS de V1 a V6 na dextrocardia,uma vez que os eletrodos estão se afastando do coração.Além disso há nesse ECG a presença de PR curto ,onda delta ,QRS alargado e alteração na repolarização característicos da pré-excitação ventricular ( só deveremos chamar de Wolf-Parkinson-White ,caso o paciente apresente sintomas como palpitações taquicárdicas  ou o registro de taquiarritmias que utilizem a via acessória). É intermitente porque os dois primeiros batimentos não se observa pré – excitaçãoA associação de pré-excitação é comum na Anomalia de Ebstein ( mal formação congênita da valva tricúspide que encontra-se anormalmente inserida no interior do ventrículo direito) ,sendo rara na dextrocardia.

 

Publicado e Discutido por: Dr Fábio Mastrocolla

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Sobre o autor

André Lima

4 comentários

  • Gostaria de fazer somente uma observação: não há dúvida quanto à dextrocardia e à pré-excitação, porém somente o primeiro batimento não é pré-excitado. O segundo batimento apresenta pré-excitação parcial, como se houvesse uma fusão entere o aspecto do batimento precedente com o do batimento seguinte, sendo seguido pelos demais batimentos com pré-excitação máxima. Isto é definido como o Efeito Concertina, onde a pré-excitação é observada de forma progressiva no ECG.

    Abraço.

  • Só mais uma coisa: “Concertina” é um tipo de sanfona pequena, daí o nome dado ao efeito. A pré-excitação aparece e desaparece progressivamente no ECG, como se fosse uma sanfona.

  • Olá, fiquei em dúvida nesse ECG. Acho que pode ser uma dextroversão e não dextrocardia, o que é relativamente bem associado a Ebstein. Concordo que o que normalmente as diferencia é a onda P, sendo na dextroversão positiva, mesmo sendo negativa em alguns casos por ectopias atriais e além do mais, o qRs está positivo em D1 e quase isodifásico em aVR (a P em aVR também), não corroborando muito com dextrocardia. Esse fato me chamou bastante a atenção, porque se a onda P for essa deflexão negativa em D1, seria um BAV de primeiro grau, porém o complexo está pré-excitado. Nota-se seria o único batimento com BAV em todo o traçado. Acompanhando o ritmo, o próximo batimento, em D2, como de costume nesse padrão de eletrocardiógrafo, está desalinhado com o P de D1, assim como em D3 e esses estão alinhados com a onda positiva que acredito ser a P: uma deflexão logo após a onda negativa de baixa amplitude, porém arredondada e acima da linha de base, terminando junto ao QRS pré excitado. Na minha opinião seria uma pré excitação associada a uma via acessória nodal ou perinodal, às vezes pode ter mais de uma, que justifica o alargamento progressivo do QRS, dando a falsa impressão de encurtamento do PRi. Essa é a principal características desses feixes anômalos (tipo Mahaim {não nesse caso} e outros). Essa alteração que citei tem uma correlação significativa com a Anomalia de Ebstein, assim como a dextroversão, mantendo a onda P positiva por não modificar anatomicamente a posição do átrio direito à rotação. Encontrei alguns ECGs muito semelhantes a esse postado que eram justificados pela associação desses achados, compatíveis com o que acredito ser: Anomalia de Ebstein com pré excitação, presença de feixes anômalos peri nodais ou nodais, associados a dextroversão. Esses achados, embora pareçam incomuns, são encontrados na literatura e relatos de casos. O que acha?

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