Emergências

Ressuscitação cardiopulmonar no COVID: como fazer?

Escrito por Giordano Bruno

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Resumo dos principais pontos da diretriz europeia sobre ressuscitação cardiopulmonar no paciente com COVID:

-Em ambiente extra-hospitalar, considerar colocar um pano ou toalha na boca e nariz do paciente visando reduzir eliminação do vírus durante compressão cardíaca.
Desfibrilação não gera aerossol, e poderia em tese ser feita sem EPI completa se estiver prontamente disponível (a perda de tempo para paramentação completa é crucial para o sucesso da desfibrilação)
Durante massagem/ventilação, todos os profissionais envolvidos devem estar com EPIs de proteção COMPLETA para aerossol, os demais devem ficar afastados.
Na parada cardíaca (não-respiratória, por FV por exemplo) o foco é em compressão de tórax e se possível desfibrilação. NÃO ventilar se não tiver disponível meio seguro (via aérea protegida com filtro HEPA ou ventilador mecânico).
Em paciente conectado a ventilador mecânico, esse NÃO deve ser desconectado: deve-se colocar fluxo de O2 a 100%, FR=10irpm e se possível desligar alarmes e sensores do ventilador que disparem durante a compressão cardíaca simultânea a ventilação.
Paciente em posição prona, se conectado ao ventilador poderá se tentar reanimar na mesma posição (comprimindo o dorso, mas desvirando o paciente se for inefetivo ou se o paciente permanecer arresponsivo), caso não esteja conectado deverá ser colocado na posição supina antes da RCP
– A PCR que acontece por COVID, geralmente por hipóxia, tem mais chance de ser revertida quando tratada precocemente. Casos de pacientes em apneia por muito tempo geralmente tem prognóstico muito ruim, e analisando aspectos éticos e morais do médico responsável em reanimar um paciente sem os EPIS completos, deve ser sempre considerada a não realização ou término precoce dos esforços (questão muito discutida no guidelines, pois a ética do risco profissional nunca foi debatida até hoje, estamos ainda aprendendo).

(Atençao: Usar um AMBU sem um filtro HEPA conectado a ele gera uma quantidade imensa de partículas virais no ambiente, comprometendo toda a equipe)

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Sobre o autor

Giordano Bruno

Médico Cardiologista e Ecocardiografista formado pela UFPE
Supervisor da residência em cardiologia do Hospital Agamenon Magalhães - SES/PE
Coordenador dos protocolos da cardiologia do Realcor / Real Hospital Português/PE

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