Emergências

Sangramentos com Novos Anticoagulantes – Estamos Prontos para Tratá-los?

Escrito por Alexandre Soeiro

Esta publicação também está disponível em: Português

Artigo publicado recentemente revisou as principais evidências referentes ao tratamento atual e perspectivas em sangramentos em pacientes em uso de novos anticoagulantes (NOAC´s). A falta de antídotos efetivos é um dos principais impecílios por parte de alguns médicos para que a prescrição de NOAC´s seja realizada de rotina. Abaixo, seguem os pontos mais importantes:

– O teste de coagulação mais recomendado para observar a ação do dabigratan é o tempo de trombina (TT), seguido pelo TTpA. Para apixaban e rivaroxaban, a príncipio pode-se utilizar a atividade do fator Xa;

Medidas como agentes específicos de reversão só devem ser considerados em sangramentos ameaçadores à vida. Do restante, deve-se buscar hemostasia precoce e aguardar a meia-vida da droga com estabilização clínica e hemodinâmica;

Carvão ativado pode ser indicado até 2 a 4 horas após a ingestão do NOAC.

– Caso opte-se por usar algum agente de reversão, plasma fresco congelado não deve ser indicado por não possuir ação efetiva nesse grupo de drogas. A opção seria o concentrado de complexo protrombínico, o fator VII recombinante e agentes específicos (descritos abaixo);

– Ácido tranexâmico pode ser considerado em casos extremos;

Diálise também pode ser considerada em pacientes em uso de dabigratan, principalmente se tiverem disfunção renal.

PERSPECTIVAS:

– Para ação específica de reversão do dabigratan, foi desenvolvido o anticorpo monoclonal chamado Idarucizumab. Ele se liga de maneira irreversível ao dabigatran com alta afinidade e com meia-vida de 47 minutos. O FDA já liberou seu uso nos EUA;

– O Idarucizumab foi testado em estudo fase II e mostrou segurança. Agora segue em estudo fase III, com resultados parciais positivos em termos de efetividade de reversão de efeito em pacientes com sangramentos ou que necessitam de reversão para serem submetidos a procedimentos cirúrgicos;

– Outra molécula em teste é o Andexanet alfa. Tal molécula se liga ao inibidor do fator Xa e o inativa, aumentando a concentração sérica do fator funcionante. Em teoria serve para anular tanto apixaban quanto rivaroxaban;

– Existe um estudo fase II em andamento mostrando efetividade de reversão quando em uso com rivaroxaban, sendo administrada inicialmente em bolus e mantido com dose de manutenção. Estudos fase III ainda não foram realizados.

Referência: Ruff CT, et al. Circulation. 2016;134:248–261.

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Sobre o autor

Alexandre Soeiro

Alexandre de Matos Soeiro

Médico Assistente e Supervisor da Unidade Clínica de Emergência - InCor (HCFMUSP).
Coordenador do Curso Nacional em Emergências Cardiológicas •
Coordenador da Liga de Emergências Cardiovasculares do InCor - HCFMUSP. •
Professor Convidado de Graduação do Terceiro, Quarto e Sexto Anos da FMUSP.
Médico Preceptor em Cardiologia - InCor - HCFMUSP - 2011.
Especialista em Cardiologia pela SBC.
Residência Médica em Cardiologia -InCor - HCFMUSP.
Especialista em Clínica Médica pela SBCM.
Residência em Clínica Médica - HCFMUSP.
Graduação em Medicina pela FMUSP.

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