Insuficiência Cardíaca Terapia Intensiva Cardiológica

Série Devices: TandemHeart

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O TandemHeart é um dispositivo de assistência ventricular esquerda percutânea. É um sistema de by-pass que retira sangue oxigenado do átrio esquerdo (através de uma catéter 21F puncionado via transseptal, inserido pela veia femural) e que retorna ao sistema arterial por outro catéter 9-17F inserido em uma ou ambas artérias femurais, passando por uma bomba centrífuga externa. Essa bomba pode ofertar um débito de até 5,0L/min com uma velocidade máxima de 7500rpm, e precisa de um controle externo para programar e controlar o fluxo.

 

Pode ser inserido por um cirurgião cardíaco ou por um cardiologista capacitado na sala de hemodinâmica em cerca de 30 minutos, sem os riscos de um implante de um dispositivo de assistência ventricular esquerda convencional (DAVE), que precisa de toracotomia, por exemplo. Apresenta um sistema de anti-coagulação localizada e lubrificação por um sistema próprio da bomba extra-corpórea. Mesmo assim, na maioria dos relatos do seu uso, os pacientes recebiam também anticoagulação sistêmica plena. Requer repouso absoluto no leito.

Seu uso foi iniciado em 2004, tanto para suporte hemodinâmico como ponte para transplante cardíaco. Tem sido utilizado também como ponte para recuperação de miocardite ou infarto agudo do miocárdio.

Como esse dispositivo só pode ser usado por até 3 semanas, em alguns casos de miocardite fulminante com baixa chance de recuperação, ele podem não ser a melhor opção. Mas pelo alto risco cirúrgico de alguns pacientes para o implante de um DAVE convencional, o TandemHeart poderia ser usado como ponte-para-ponte (para aguardar um melhor momento para implante de um DAVE convencional, como o HeartMate), além das funções de ponte-para-recuperação ou ponte-para-transplante.

Estudo recente publicado on-line no JACC (TandemHeart2010-JACC – The Percutaneous Ventricular Assist Device in Severe Refractory Cardiogenic Shock) mostrou que o uso do TandemHeart em 117 pacientes com choque cardiogênico refratário em uso de balão intra-aórtico e altas doses de drogas vasoativas melhorou todos parâmetros de micro e macro-hemodinâmica, com uma mortalidade em 30 dias de 40,2% e em 6 meses de 45,3%. Novos estudos prospectivos randomizados são necessários para melhor avaliar a eficácia do uso precoce desse dispositivo em pacientes com choque cardiogênico.

httpv://www.youtube.com/watch?v=d71kiBkGSqs

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Sobre o autor

Fernando Figuinha

Especialista em Cardiologia pelo InCor/ FMUSP
Médico cardiologista do Hospital Miguel Soeiro - Unimed Sorocaba.
Presidente - SOCESP Regional Sorocaba.

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