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TAVI em pacientes com estenose aórtica importante e baixo risco cirúrgico: resultados do seguimento de 2 anos do PARTNER 3

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Os estudos PARTNER demonstraram que TAVI é superior ao tratamento padrão em pacientes inoperáveis (PARTNER Coorte B) e não-inferior a cirurgia em pacientes de risco cirúrgico alto (PARTNER Coorte A) ou intermediário (PARTNER 2).

No Congresso de Cardiologia do American College o f Cardiology em 2020 foram apresentados os resultados do seguimento de 2 anos do Estudo PARTNER 3, que comparou o implante percutâneo de prótese aórtica (TAVI) balão expansível pela via transfemoral versus tratamento cirúrgico em pacientes com estenose aórtica grave de baixo risco cirúrgico (ainda não publicado). Os resultados de 1 ano de seguimento já foram discutidos neste post.

Foram incluídos pacientes com estenose aórtica grave e baixo risco cirúrgico (STS < 4%) e excluídos paciente com valva aórtica bicúspide, que tinham calcificação importante na via de saída do VE, DAC complexa ou insuficiência aórtica ou mitral importantes. A idade média dos pacientes incluídos era de 73,5 anos e o STST de 1,9%. O seguimento de 2 anos foi de 99% dos pacientes do grupo TAVI e 94% no grupo cirúrgico.

Ao final de 2 anos, o desfecho primário composto por morte, AVC ou re-hospitalização foi menor no grupo TAVI comparado ao grupo cirúrgico (11,5% x 17,4%; p = 0,007), principalmente as custas de re-hospitalização (8,5% x 12,5%), sem diferença em relação a óbito e AVC isoladamente. A diferença do desfecho composto por óbito e AVC que era significativamente menor no grupo percutâneo ao final de 1 ano (1,0% x 3,1%, p=0,02) passou a ser não significativa em 2 anos (3,0% x 3,8%).

Com relação aos desfechos secundários, os pacientes submetidos a TAVI tiveram maior ocorrência de bloqueio de ramo esquerdo (24,4% x 9,4%) e trombose de prótese (2,6% x 0,7%), enquanto pacientes tratados por cirurgia evoluíram com mais fibrilação atrial (41,8% x 7,9%). Não houve diferença significativa em relação a necessidade de marca-passo definitivo (8,5% x 6,3%).

Quanto aos achados ecocardiográficos, o gradiente médio foi menor no grupo cirúrgico (11,8 x 13,6 mmHg), sem diferenças em relação a área valvar aórtica (1,7 x 1,7 cm2) e regurgitação paravalvar moderada (0,5% x 0%). No entanto, regurgitação paravalvar discreta foi significativamente menor no grupo cirúrgico (26% x 2,3%).

Em resumo, até o seguimento de 2 anos, TAVI foi superior ao tratamento cirúrgico em pacientes com estenose aórtica grave de baixo risco cirúrgico com relação ao desfecho de óbito, AVC e re-hospitalização, sem diferenças em relação a óbito e AVC. No entanto, é de fundamental importância um seguimento mais longo para avaliar a durabilidade das próteses, uma vez que as curvas de óbito e AVC já se aproximaram em 2 anos. Está previsto o seguimento clínico e ecocardiográfico até 10 anos para todos os pacientes do PARNER 3.

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Sobre o autor

Fábio Augusto Pinton

- Especialista em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista pelo InCor - FMUSP e pela Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
- Especialista em Cardiologia pelo InCor - FMUSP e pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)
- Sócio Titular da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI)
- Cardiologista Intervencionista do Hospital Sírio-Libanês, da Santa Casa de São Paulo e do Hospital Samaritano de Campinas

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