Coronariopatia

Trabalhos clássicos: Cure

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Trabalho clássico que consolidou o uso do clopidogrel nas síndromes coronarianas agudas sem supra de ST.

Basicamente foram randomizados pctes com SCA sem supra de ST que apresentavam ou alteração no ecg ou marcadores de necrose miocárdica alterados na admissão hospitalar.

Foram excluídos pctes que usavam anticoagulantes orais, que haviam usado inibidores da glicoproteína 2b3a nos últimos 3 dias, pctes que possuíam contraindicação a tratamento antiplaquetário ou antitrombótico, pctes que haviam sido revascularizados nos últimos 3 meses ou que possuíam alto risco da sangramento.

Os pctes eram randomizados para usar clopidogrel (ataque de 300 mg e manutenção de 75 mg) ou placebo por 3 a 12 meses (tempo médio – 9 meses). Os pctes usavam AAS de forma associada.

Foram avaliados 12.562 pctes.

End point primário – desfecho combinado de morte por causas cardiovasculares, IAM e AVC. Ocorreu em 9,3% no grupo do clopidogrel x 11,4% no grupo placebo.

Houve diminuição de IAM de 6,7% para 5,2% com o clopidogrel. Já em relação à mortalidade não houve diferença. Após apenas 24h de randomização as curvas de tratamento já começaram a se separar revelando que o benefício do uso do clopidogrel foi bastante precoce.

Sangramento de maior relevância foi masi comum no grupo do clopidogrel (3,7% x 2,7%). Contudo, ao se avaliar apenas o grupo de sangramentos com potencial risco de vida (queda de mais de 5 pontos de Hb, necessidade de transfusão de 4 ou mais bolsas de sangue, necessidade de intervenção cirúrgica, AVCH, etc) não houve diferença significante entre os 2 grupos.

Em relação a sangramento após cirurgia de revascularização miocárdica, o grupo que parou o clopidogrel pelo menos 5 dias antes do procedimento não teve aumento de fenômenos hemorrágicos em relação ao placebo. Já no grupo de pctes que parou a medicação antes de 5 dias da cirurgia, houve aumento de sangramento (9,6% x 6,3%).

43,7% dos pctes do estudo foram submetidos a cate. 21,2% foram angioplastados. 16,5% dos pctes foram submetidos a CABG. Ou seja, a maioria dos pctes foi mantida em tratamento clínico apenas.

Resumindo de forma sucinta – para cada 1.000 pctes similares ao do estudo tratados com clopidogrel – previne-se cerca de 15 infartos ao longo de 1 ano. Em contrapartida, há necessidade de se transfundir 6 pctes a mais.

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Sobre o autor

Eduardo Lapa

Editor-chefe do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Ecocardiografia pela SBC

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