Coronariopatia

Trial FREEDOM

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Esta semana foi apresentado na AHA e publicado simultaneamente na New England o trial FREEDOM. Trata-se de um estudo que avaliou qual a melhor forma de revascularizar pctes diabéticos multiarteriais.Vamos ver os achados principais do estudo.

População estudada:

Foram incluídos no estudo 1900 pctes diabéticos com doença multiraterial comprovada por cate. Multiarterial no caso significava pelo menos 2 vasos diferentes com lesões > 70%. Pctes com lesão de tronco de coronária esquerda eram excluídos. Os pctes eram então randomizados para cirurgia de revascularização miocárdica (CABG) ou para angioplastia (ATC) com stent farmacológico das lesões mais relevantes. Follow up mínimo de 2 anos (média de 3,8 anos de seguimento) Pctes que eram submetidos a ATC recebiam abciximab na sala de hemodinâmica e ficavam em uso de aas + clopidogrel por pelo menos 12 meses.

Os pctes possuíam uma idade média de 63 anos. Cerca de 70% eram homens. 1/4 já havia tido IAM previamente. 82% eram triarteriais. A fração de ejeção média era de 65%. Menos de 4% dos pctes possuíam disfunçaõ ventricular significante (<40%). O euroscore médio era de 2,7 – ou seja – os pctes eram de baixo risco de complicações perioperatórias. A maioria dos pctes (82%) que foram submetidos a cirurgia foram colocados em CEC. 94% dos pctes submetidos a CABG tiveram como um dos enxertos a mamária interna esquerda,

Endpoints:

Endpoint primário – o desfecho composto normalmente avaliado nos trial de coronariopatia – morte por qualquer causa + IAM + AVC

Resultados

Após 5 anos de seguimento – o endpoint primário ficou em 18,7% no grupo CABG e em 26,6% no grupo ATC. Ou seja, a cada 13 pctes tratados com cirurgia se preveniu 1 evento em 5 anos de seguimento.

Quando avaliado os 3 componentes (morte, iam e avc) de forma separada, viu-se que houve diminuição de mortalidade geral de 16,3% no grupo atc para 10,9% no grupo CABG. Contudo, o p foi de 0,049, ou seja, limítrofe.

IAm diminui de 13,9% no grupo ATC para 6% no grupo CABG com p <0,001.

Por fim, AVC foi um pouco mais frequente no grupo da cirurgia (5,2% x 2,4%).

Conclusões:

O estudo é a evidência mais forte existente sobre os benefícios da revascularização cirúrgica em relação a percutânea em pctes diabéticos multiarteriais. O NNT de 13 pctes tratados para diminuir um evento composto de morte + avc + iam é bastante relevante.

Links:

Artigo original

Editorial publicado na nejm

Video do cardiosource com Dr Fuster comentando sobre os resultados do estudo

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Sobre o autor

Eduardo Lapa

Editor-chefe do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Ecocardiografia pela SBC

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