Lípides

Vale a pena deixar o paciente com LDL menor que 70?

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Um estudo observacional publicado no Journal of the American College of Cardiology dessa semana sugere que há sim benefício em reduzir o LDL para valores menores que 70 em pacientes de alto risco.

Foram avaliados 1054 pacientes com LDL menor que 70 no momento do infarto. Compararam os pacientes que receberam alta com estatina (apesar de já ter LDL menor que 70) com aqueles que foram de alta sem estatina, por estar com o nível de LDL na meta, segundo as últimas diretrizes.

Aqueles que utilizaram estatina apresentaram menor taxa de morte cardíaca e revascularização coronariana em 1 ano (HR 0,47 e 0,45, respectivamente, com p < 0,05).

 

Lembrando apenas que por ser um estudo observacional, não podemos concluir nada de forma definitiva. Serve apenas para apimentar ainda mais a discussão a respeito do nível ideal de LDL para a melhor redução de risco possível em pacientes de alto risco.

Referência: Lee KH, Jeong MH, Kim HM, et al. Benefit of early statin therapy in patients with acute myocardial infarction who have extremely low low-density lipoprotein cholesterol. J Am Coll Cardiol 2011; 58:1664-1671

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Sobre o autor

Fernando Figuinha

Especialista em Cardiologia pelo InCor/ FMUSP
Médico cardiologista do Hospital Miguel Soeiro - Unimed Sorocaba.
Presidente - SOCESP Regional Sorocaba.

4 comentários

  • Bom Dia!
    Fernando, concordo em parte. As estatinas possuem efeitos que vão além do hipolipemiante. O efeito antioxidante, p. ex., sobre a peroxidação lipídica em nível de membrana. As estatinas têm a propriedade de restaurar a homeostase em nível de membrana. Penso que, devido a isso, é que devemos prescrever estatina, mais do que visando nível baixo de LDL, e mantê-la a despeito de se atingir metas.

  • A estatina realmente possui diversos efeitos além do hipolipemiante. Talvez por isso o resultado positivo desse estudo. A idéia de se tratar o “risco” e não o nível do colesterol me parece bastante atrativa também…
    Obrigado pelos comentários…

  • Só para lembrar, as estatinas possuem atividade antiinflamatória e melhoram claramente a função endotelial. A terapia com estatinas diminui os níveis de citocinas pró-inflamatórias (TNF-?, IL-1 e IL-6), bem como ICAM-1 e PCR. Também inibem a expressão de receptores da superfície celular de monócitos, moléculas de adesão e adesão de integrinas aos leucócitos, além de se mostrarem capazes de melhorar a rigidez arterial em hipertensos. Esses dados sugerem que os efeitos hipotensores observados com estatinas estejam, em parte, relacionados com as propriedades antiinflamatórias bem como com a melhora da disfunção endotelial.
    Sou fã das estatinas, pelo menos até evidências contrárias, e, tenho como meta de prescrição não só em níveis lipídicos elevados, mas também em, DM 2, HAS, DAC, aterosclerose, mesmo não havendo dislipidemia.

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