Valvopatias

Esta publicação também está disponível em: Português

[su_spoiler title=”1.1   Como estimar a fração de ejeção do VE” icon=”arrow” open=”yes”]

CURSO BÁSICO DE ECO: COMO ESTIMAR A FRAÇÃO DE EJEÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO?

Uma das principais funções do eco é avaliar a função sistólica do VE. Este dado tem tanto informação prognóstica (quanto menor, pior o prognóstico) quanto terapêutica (introdução de medicações para ICC se FE baixa, troca valvar mitral se IM com FE<60%, troca valvar aórtica se Iao ou EAo e FE<50%, etc).

Mas o que é a fração de ejeção? É o percentual de sangue que o ventrículo ejeta para a aorta na sístole. Assim, Se no final da diástole o ventrículo tem 100 mL de sangue e no final da sístole tem 40 mL, subentende-se que 60mL de sangue foram ejetados para a aorta. 60mL de 100 mL – 60% de fração de ejeção.

Existem vários métodos para se calcular a FE. Eles usam artifícios variados para calcular os volumes sistólico e diastólico do VE. Os mais usados na prática clínica são o método de cubo, teichholz e simpson.

Os métodos de cubo e teichholz calculam os volumes do ventrículo à partir das dimensões do VE ao final da sístole e da diástole. Para isto costuma se medir o diâmetro diastólico final do VE (DDVE) e diâmetro sistólico final do VE (DSVE) ao nível dos músculos papiplares ou pelo método bidimensional ou pelo modo M. Na figura abaixo vê um exemplo de medida pelo modo M.

car1

O que faz o método do cubo? Ele assume que o VE tem um formato específico em que o diâmetro longitudinal tem o dobro da medida do transversal. Através desta premissa e fazendo uma série de simplificações na fórmula de volume, chega-se a conclusão de que o volume diastólico final do VE é calculado através do DDVE elevado ao cubo. Por isto método do cubo. Este método só seria reprodutível no VE de formato normal, sem alterações da contratilidade segmentar.

Já o método de teichholz assume que o ventrículo tem um formato mais esférico (típico de casos de miocardiopatia dilatada em que o VE vai perdendo sua morfologia original e fica mais parecido com uma bola). Através de correções da fórmula de cubo o volume diastólico final do VE é calculado através do DDVE. Mesma coisa para o volume sistólico final. Este método serviria apenas para os casos de VE com formato esférico e sem alterações da contratilidade segmentar.

Para ver um tutorial explicando em detalhes como usar o método de Teichholz, acesse este link.

Outro método utilizado para medir a FE do VE é o de Simpson. Neste avalia-se o VE em duas projeções (apical 4 e 2 câmaras). Ele fragmenta o ventrículo como se fossem várias moedas empilhadas. Assim, chega ao cálculo dos colume do VE. Vantagem – ele não assume que o ventrículo tem determinada forma. Ele vê de fato qual forma tem o VE de cada pcte. No caso de alterações da contratilidade segmentar, estas são englobadas nos cálculos, tornando-os mais reprodutíveis. Desvantagem – nem sempre é tecnicamente fácil definir os limites do VE precisamente. Veja na figura abaixo um exemplo de Simpson.cart2

Dicas práticas:

1- No VE sem alterações segmentares, o método de Teichholz dá uma boa noção prática da função do VE

2- Na presença de alterações segmentares, tem-se que usar o método de Simpson.

3- O ideal é que no laudo do eco esteja anotado o método que se utilizou para calcular a FE

4- Principalmente quando se usa o método de simpson há uma variação interobservador. Assim, provavelmente se 3 ecocardiografistas experientes fizerem os cálculos para o mesmo

3 ecocardiografistas experientes fizerem os cálculos para o mesmo pcte provavelmente teremos resultados levemente diferentes – uma vai dizer 33%, outro 36%, um terceiro talvez diga 30%. O incomum seria que os 3 examinadores chegassem ao mesmo valor idêntico. Assim, o clínico deve saber deste dado e levá-lo em consideração no manejo do pcte. Ex: pcte com FE de 35% pelo eco original inicia todo o arsenal para ICC (ieca, bbloq, etc), sai de CF III para I e depois de alguns meses repete o eco que mostra FE de 32%. Isto não significa que o tratamento não deu certo ou que a cardiopatia do pcte obrigatoriamente se agravou. Provavelmente a função contrátil do VE está mantida em relação ao primeiro exame. O exame deve ser interpretado como mais um dado entre os vários disponíveis.

5- E se o pcte tiver insuficiência mitral? Neste caso parte do volume ejetado pelo VE na sístole volta para o átrio esquerdo e não vai para a aorta, certo? Ou seja, a FE será superestimada. Ex: volume final diastólico de VE de 100 mL. Volume sistólico final de VE – 40 mL. FE de 60%. Contudo, dos 60 mL que saíram do VE, 20 mL foram para a aorta e 40 mL foram para o AE. A FE seria de 20% então??? Na verdade, nestes casos a FE não é uma boa forma de se avaliar a função do VE. Veremos em outro tópico como podemos fazer isto em pctes com IM

6- Todos estes cálculos falados acima usam artifícios para se chegar ao volume de uma estrutura tridimensional por um método bidimensional. Por isto, sempre será um cálculo aproximado e não real. O eco 3D supre esta carência e dá mais acurácia ao eco na estimação da FE.

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Como estimar a fração de ejeção do VE” icon=”arrow”]

CURSO BÁSICO DE ECO: COMO ESTIMAR A FRAÇÃO DE EJEÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO?

Uma das principais funções do eco é avaliar a função sistólica do VE. Este dado tem tanto informação prognóstica (quanto menor, pior o prognóstico) quanto terapêutica (introdução de medicações para ICC se FE baixa, troca valvar mitral se IM com FE<60%, troca valvar aórtica se Iao ou EAo e FE<50%, etc).

Mas o que é a fração de ejeção? É o percentual de sangue que o ventrículo ejeta para a aorta na sístole. Assim, Se no final da diástole o ventrículo tem 100 mL de sangue e no final da sístole tem 40 mL, subentende-se que 60mL de sangue foram ejetados para a aorta. 60mL de 100 mL – 60% de fração de ejeção.

Existem vários métodos para se calcular a FE. Eles usam artifícios variados para calcular os volumes sistólico e diastólico do VE. Os mais usados na prática clínica são o método de cubo, teichholz e simpson.

Os métodos de cubo e teichholz calculam os volumes do ventrículo à partir das dimensões do VE ao final da sístole e da diástole. Para isto costuma se medir o diâmetro diastólico final do VE (DDVE) e diâmetro sistólico final do VE (DSVE) ao nível dos músculos papiplares ou pelo método bidimensional ou pelo modo M. Na figura abaixo vê um exemplo de medida pelo modo M.

car1

O que faz o método do cubo? Ele assume que o VE tem um formato específico em que o diâmetro longitudinal tem o dobro da medida do transversal. Através desta premissa e fazendo uma série de simplificações na fórmula de volume, chega-se a conclusão de que o volume diastólico final do VE é calculado através do DDVE elevado ao cubo. Por isto método do cubo. Este método só seria reprodutível no VE de formato normal, sem alterações da contratilidade segmentar.

Já o método de teichholz assume que o ventrículo tem um formato mais esférico (típico de casos de miocardiopatia dilatada em que o VE vai perdendo sua morfologia original e fica mais parecido com uma bola). Através de correções da fórmula de cubo o volume diastólico final do VE é calculado através do DDVE. Mesma coisa para o volume sistólico final. Este método serviria apenas para os casos de VE com formato esférico e sem alterações da contratilidade segmentar.

Para ver um tutorial explicando em detalhes como usar o método de Teichholz, acesse este link.

Outro método utilizado para medir a FE do VE é o de Simpson. Neste avalia-se o VE em duas projeções (apical 4 e 2 câmaras). Ele fragmenta o ventrículo como se fossem várias moedas empilhadas. Assim, chega ao cálculo dos colume do VE. Vantagem – ele não assume que o ventrículo tem determinada forma. Ele vê de fato qual forma tem o VE de cada pcte. No caso de alterações da contratilidade segmentar, estas são englobadas nos cálculos, tornando-os mais reprodutíveis. Desvantagem – nem sempre é tecnicamente fácil definir os limites do VE precisamente. Veja na figura abaixo um exemplo de Simpson.cart2

Dicas práticas:

1- No VE sem alterações segmentares, o método de Teichholz dá uma boa noção prática da função do VE

2- Na presença de alterações segmentares, tem-se que usar o método de Simpson.

3- O ideal é que no laudo do eco esteja anotado o método que se utilizou para calcular a FE

4- Principalmente quando se usa o método de simpson há uma variação interobservador. Assim, provavelmente se 3 ecocardiografistas experientes fizerem os cálculos para o mesmo

3 ecocardiografistas experientes fizerem os cálculos para o mesmo pcte provavelmente teremos resultados levemente diferentes – uma vai dizer 33%, outro 36%, um terceiro talvez diga 30%. O incomum seria que os 3 examinadores chegassem ao mesmo valor idêntico. Assim, o clínico deve saber deste dado e levá-lo em consideração no manejo do pcte. Ex: pcte com FE de 35% pelo eco original inicia todo o arsenal para ICC (ieca, bbloq, etc), sai de CF III para I e depois de alguns meses repete o eco que mostra FE de 32%. Isto não significa que o tratamento não deu certo ou que a cardiopatia do pcte obrigatoriamente se agravou. Provavelmente a função contrátil do VE está mantida em relação ao primeiro exame. O exame deve ser interpretado como mais um dado entre os vários disponíveis.

5- E se o pcte tiver insuficiência mitral? Neste caso parte do volume ejetado pelo VE na sístole volta para o átrio esquerdo e não vai para a aorta, certo? Ou seja, a FE será superestimada. Ex: volume final diastólico de VE de 100 mL. Volume sistólico final de VE – 40 mL. FE de 60%. Contudo, dos 60 mL que saíram do VE, 20 mL foram para a aorta e 40 mL foram para o AE. A FE seria de 20% então??? Na verdade, nestes casos a FE não é uma boa forma de se avaliar a função do VE. Veremos em outro tópico como podemos fazer isto em pctes com IM

6- Todos estes cálculos falados acima usam artifícios para se chegar ao volume de uma estrutura tridimensional por um método bidimensional. Por isto, sempre será um cálculo aproximado e não real. O eco 3D supre esta carência e dá mais acurácia ao eco na estimação da FE.

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Método de Teichholz” icon=”arrow”]

CURSO BÁSICO DE ECO: COMO ESTIMAR A FRAÇÃO DE EJEÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO?

Uma das principais funções do eco é avaliar a função sistólica do VE. Este dado tem tanto informação prognóstica (quanto menor, pior o prognóstico) quanto terapêutica (introdução de medicações para ICC se FE baixa, troca valvar mitral se IM com FE<60%, troca valvar aórtica se Iao ou EAo e FE<50%, etc).

Mas o que é a fração de ejeção? É o percentual de sangue que o ventrículo ejeta para a aorta na sístole. Assim, Se no final da diástole o ventrículo tem 100 mL de sangue e no final da sístole tem 40 mL, subentende-se que 60mL de sangue foram ejetados para a aorta. 60mL de 100 mL – 60% de fração de ejeção.

Existem vários métodos para se calcular a FE. Eles usam artifícios variados para calcular os volumes sistólico e diastólico do VE. Os mais usados na prática clínica são o método de cubo, teichholz e simpson.

Os métodos de cubo e teichholz calculam os volumes do ventrículo à partir das dimensões do VE ao final da sístole e da diástole. Para isto costuma se medir o diâmetro diastólico final do VE (DDVE) e diâmetro sistólico final do VE (DSVE) ao nível dos músculos papiplares ou pelo método bidimensional ou pelo modo M. Na figura abaixo vê um exemplo de medida pelo modo M.

car1

O que faz o método do cubo? Ele assume que o VE tem um formato específico em que o diâmetro longitudinal tem o dobro da medida do transversal. Através desta premissa e fazendo uma série de simplificações na fórmula de volume, chega-se a conclusão de que o volume diastólico final do VE é calculado através do DDVE elevado ao cubo. Por isto método do cubo. Este método só seria reprodutível no VE de formato normal, sem alterações da contratilidade segmentar.

Já o método de teichholz assume que o ventrículo tem um formato mais esférico (típico de casos de miocardiopatia dilatada em que o VE vai perdendo sua morfologia original e fica mais parecido com uma bola). Através de correções da fórmula de cubo o volume diastólico final do VE é calculado através do DDVE. Mesma coisa para o volume sistólico final. Este método serviria apenas para os casos de VE com formato esférico e sem alterações da contratilidade segmentar.

Para ver um tutorial explicando em detalhes como usar o método de Teichholz, acesse este link.

Outro método utilizado para medir a FE do VE é o de Simpson. Neste avalia-se o VE em duas projeções (apical 4 e 2 câmaras). Ele fragmenta o ventrículo como se fossem várias moedas empilhadas. Assim, chega ao cálculo dos colume do VE. Vantagem – ele não assume que o ventrículo tem determinada forma. Ele vê de fato qual forma tem o VE de cada pcte. No caso de alterações da contratilidade segmentar, estas são englobadas nos cálculos, tornando-os mais reprodutíveis. Desvantagem – nem sempre é tecnicamente fácil definir os limites do VE precisamente. Veja na figura abaixo um exemplo de Simpson.cart2

Dicas práticas:

1- No VE sem alterações segmentares, o método de Teichholz dá uma boa noção prática da função do VE

2- Na presença de alterações segmentares, tem-se que usar o método de Simpson.

3- O ideal é que no laudo do eco esteja anotado o método que se utilizou para calcular a FE

4- Principalmente quando se usa o método de simpson há uma variação interobservador. Assim, provavelmente se 3 ecocardiografistas experientes fizerem os cálculos para o mesmo

3 ecocardiografistas experientes fizerem os cálculos para o mesmo pcte provavelmente teremos resultados levemente diferentes – uma vai dizer 33%, outro 36%, um terceiro talvez diga 30%. O incomum seria que os 3 examinadores chegassem ao mesmo valor idêntico. Assim, o clínico deve saber deste dado e levá-lo em consideração no manejo do pcte. Ex: pcte com FE de 35% pelo eco original inicia todo o arsenal para ICC (ieca, bbloq, etc), sai de CF III para I e depois de alguns meses repete o eco que mostra FE de 32%. Isto não significa que o tratamento não deu certo ou que a cardiopatia do pcte obrigatoriamente se agravou. Provavelmente a função contrátil do VE está mantida em relação ao primeiro exame. O exame deve ser interpretado como mais um dado entre os vários disponíveis.

5- E se o pcte tiver insuficiência mitral? Neste caso parte do volume ejetado pelo VE na sístole volta para o átrio esquerdo e não vai para a aorta, certo? Ou seja, a FE será superestimada. Ex: volume final diastólico de VE de 100 mL. Volume sistólico final de VE – 40 mL. FE de 60%. Contudo, dos 60 mL que saíram do VE, 20 mL foram para a aorta e 40 mL foram para o AE. A FE seria de 20% então??? Na verdade, nestes casos a FE não é uma boa forma de se avaliar a função do VE. Veremos em outro tópico como podemos fazer isto em pctes com IM

6- Todos estes cálculos falados acima usam artifícios para se chegar ao volume de uma estrutura tridimensional por um método bidimensional. Por isto, sempre será um cálculo aproximado e não real. O eco 3D supre esta carência e dá mais acurácia ao eco na estimação da FE.

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Como graduar a função sistólica do VE a partir da fração de ejeção” icon=”arrow”]

CURSO BÁSICO DE ECO: COMO ESTIMAR A FRAÇÃO DE EJEÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO?

Uma das principais funções do eco é avaliar a função sistólica do VE. Este dado tem tanto informação prognóstica (quanto menor, pior o prognóstico) quanto terapêutica (introdução de medicações para ICC se FE baixa, troca valvar mitral se IM com FE<60%, troca valvar aórtica se Iao ou EAo e FE<50%, etc).

Mas o que é a fração de ejeção? É o percentual de sangue que o ventrículo ejeta para a aorta na sístole. Assim, Se no final da diástole o ventrículo tem 100 mL de sangue e no final da sístole tem 40 mL, subentende-se que 60mL de sangue foram ejetados para a aorta. 60mL de 100 mL – 60% de fração de ejeção.

Existem vários métodos para se calcular a FE. Eles usam artifícios variados para calcular os volumes sistólico e diastólico do VE. Os mais usados na prática clínica são o método de cubo, teichholz e simpson.

Os métodos de cubo e teichholz calculam os volumes do ventrículo à partir das dimensões do VE ao final da sístole e da diástole. Para isto costuma se medir o diâmetro diastólico final do VE (DDVE) e diâmetro sistólico final do VE (DSVE) ao nível dos músculos papiplares ou pelo método bidimensional ou pelo modo M. Na figura abaixo vê um exemplo de medida pelo modo M.

car1

O que faz o método do cubo? Ele assume que o VE tem um formato específico em que o diâmetro longitudinal tem o dobro da medida do transversal. Através desta premissa e fazendo uma série de simplificações na fórmula de volume, chega-se a conclusão de que o volume diastólico final do VE é calculado através do DDVE elevado ao cubo. Por isto método do cubo. Este método só seria reprodutível no VE de formato normal, sem alterações da contratilidade segmentar.

Já o método de teichholz assume que o ventrículo tem um formato mais esférico (típico de casos de miocardiopatia dilatada em que o VE vai perdendo sua morfologia original e fica mais parecido com uma bola). Através de correções da fórmula de cubo o volume diastólico final do VE é calculado através do DDVE. Mesma coisa para o volume sistólico final. Este método serviria apenas para os casos de VE com formato esférico e sem alterações da contratilidade segmentar.

Para ver um tutorial explicando em detalhes como usar o método de Teichholz, acesse este link.

Outro método utilizado para medir a FE do VE é o de Simpson. Neste avalia-se o VE em duas projeções (apical 4 e 2 câmaras). Ele fragmenta o ventrículo como se fossem várias moedas empilhadas. Assim, chega ao cálculo dos colume do VE. Vantagem – ele não assume que o ventrículo tem determinada forma. Ele vê de fato qual forma tem o VE de cada pcte. No caso de alterações da contratilidade segmentar, estas são englobadas nos cálculos, tornando-os mais reprodutíveis. Desvantagem – nem sempre é tecnicamente fácil definir os limites do VE precisamente. Veja na figura abaixo um exemplo de Simpson.cart2

Dicas práticas:

1- No VE sem alterações segmentares, o método de Teichholz dá uma boa noção prática da função do VE

2- Na presença de alterações segmentares, tem-se que usar o método de Simpson.

3- O ideal é que no laudo do eco esteja anotado o método que se utilizou para calcular a FE

4- Principalmente quando se usa o método de simpson há uma variação interobservador. Assim, provavelmente se 3 ecocardiografistas experientes fizerem os cálculos para o mesmo

3 ecocardiografistas experientes fizerem os cálculos para o mesmo pcte provavelmente teremos resultados levemente diferentes – uma vai dizer 33%, outro 36%, um terceiro talvez diga 30%. O incomum seria que os 3 examinadores chegassem ao mesmo valor idêntico. Assim, o clínico deve saber deste dado e levá-lo em consideração no manejo do pcte. Ex: pcte com FE de 35% pelo eco original inicia todo o arsenal para ICC (ieca, bbloq, etc), sai de CF III para I e depois de alguns meses repete o eco que mostra FE de 32%. Isto não significa que o tratamento não deu certo ou que a cardiopatia do pcte obrigatoriamente se agravou. Provavelmente a função contrátil do VE está mantida em relação ao primeiro exame. O exame deve ser interpretado como mais um dado entre os vários disponíveis.

5- E se o pcte tiver insuficiência mitral? Neste caso parte do volume ejetado pelo VE na sístole volta para o átrio esquerdo e não vai para a aorta, certo? Ou seja, a FE será superestimada. Ex: volume final diastólico de VE de 100 mL. Volume sistólico final de VE – 40 mL. FE de 60%. Contudo, dos 60 mL que saíram do VE, 20 mL foram para a aorta e 40 mL foram para o AE. A FE seria de 20% então??? Na verdade, nestes casos a FE não é uma boa forma de se avaliar a função do VE. Veremos em outro tópico como podemos fazer isto em pctes com IM

6- Todos estes cálculos falados acima usam artifícios para se chegar ao volume de uma estrutura tridimensional por um método bidimensional. Por isto, sempre será um cálculo aproximado e não real. O eco 3D supre esta carência e dá mais acurácia ao eco na estimação da FE.

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”dP/dT – o que é? Para que serve?” icon=”arrow”]

CURSO BÁSICO DE ECO: COMO ESTIMAR A FRAÇÃO DE EJEÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO?

Uma das principais funções do eco é avaliar a função sistólica do VE. Este dado tem tanto informação prognóstica (quanto menor, pior o prognóstico) quanto terapêutica (introdução de medicações para ICC se FE baixa, troca valvar mitral se IM com FE<60%, troca valvar aórtica se Iao ou EAo e FE<50%, etc).

Mas o que é a fração de ejeção? É o percentual de sangue que o ventrículo ejeta para a aorta na sístole. Assim, Se no final da diástole o ventrículo tem 100 mL de sangue e no final da sístole tem 40 mL, subentende-se que 60mL de sangue foram ejetados para a aorta. 60mL de 100 mL – 60% de fração de ejeção.

Existem vários métodos para se calcular a FE. Eles usam artifícios variados para calcular os volumes sistólico e diastólico do VE. Os mais usados na prática clínica são o método de cubo, teichholz e simpson.

Os métodos de cubo e teichholz calculam os volumes do ventrículo à partir das dimensões do VE ao final da sístole e da diástole. Para isto costuma se medir o diâmetro diastólico final do VE (DDVE) e diâmetro sistólico final do VE (DSVE) ao nível dos músculos papiplares ou pelo método bidimensional ou pelo modo M. Na figura abaixo vê um exemplo de medida pelo modo M.

car1

O que faz o método do cubo? Ele assume que o VE tem um formato específico em que o diâmetro longitudinal tem o dobro da medida do transversal. Através desta premissa e fazendo uma série de simplificações na fórmula de volume, chega-se a conclusão de que o volume diastólico final do VE é calculado através do DDVE elevado ao cubo. Por isto método do cubo. Este método só seria reprodutível no VE de formato normal, sem alterações da contratilidade segmentar.

Já o método de teichholz assume que o ventrículo tem um formato mais esférico (típico de casos de miocardiopatia dilatada em que o VE vai perdendo sua morfologia original e fica mais parecido com uma bola). Através de correções da fórmula de cubo o volume diastólico final do VE é calculado através do DDVE. Mesma coisa para o volume sistólico final. Este método serviria apenas para os casos de VE com formato esférico e sem alterações da contratilidade segmentar.

Para ver um tutorial explicando em detalhes como usar o método de Teichholz, acesse este link.

Outro método utilizado para medir a FE do VE é o de Simpson. Neste avalia-se o VE em duas projeções (apical 4 e 2 câmaras). Ele fragmenta o ventrículo como se fossem várias moedas empilhadas. Assim, chega ao cálculo dos colume do VE. Vantagem – ele não assume que o ventrículo tem determinada forma. Ele vê de fato qual forma tem o VE de cada pcte. No caso de alterações da contratilidade segmentar, estas são englobadas nos cálculos, tornando-os mais reprodutíveis. Desvantagem – nem sempre é tecnicamente fácil definir os limites do VE precisamente. Veja na figura abaixo um exemplo de Simpson.cart2

Dicas práticas:

1- No VE sem alterações segmentares, o método de Teichholz dá uma boa noção prática da função do VE

2- Na presença de alterações segmentares, tem-se que usar o método de Simpson.

3- O ideal é que no laudo do eco esteja anotado o método que se utilizou para calcular a FE

4- Principalmente quando se usa o método de simpson há uma variação interobservador. Assim, provavelmente se 3 ecocardiografistas experientes fizerem os cálculos para o mesmo

3 ecocardiografistas experientes fizerem os cálculos para o mesmo pcte provavelmente teremos resultados levemente diferentes – uma vai dizer 33%, outro 36%, um terceiro talvez diga 30%. O incomum seria que os 3 examinadores chegassem ao mesmo valor idêntico. Assim, o clínico deve saber deste dado e levá-lo em consideração no manejo do pcte. Ex: pcte com FE de 35% pelo eco original inicia todo o arsenal para ICC (ieca, bbloq, etc), sai de CF III para I e depois de alguns meses repete o eco que mostra FE de 32%. Isto não significa que o tratamento não deu certo ou que a cardiopatia do pcte obrigatoriamente se agravou. Provavelmente a função contrátil do VE está mantida em relação ao primeiro exame. O exame deve ser interpretado como mais um dado entre os vários disponíveis.

5- E se o pcte tiver insuficiência mitral? Neste caso parte do volume ejetado pelo VE na sístole volta para o átrio esquerdo e não vai para a aorta, certo? Ou seja, a FE será superestimada. Ex: volume final diastólico de VE de 100 mL. Volume sistólico final de VE – 40 mL. FE de 60%. Contudo, dos 60 mL que saíram do VE, 20 mL foram para a aorta e 40 mL foram para o AE. A FE seria de 20% então??? Na verdade, nestes casos a FE não é uma boa forma de se avaliar a função do VE. Veremos em outro tópico como podemos fazer isto em pctes com IM

6- Todos estes cálculos falados acima usam artifícios para se chegar ao volume de uma estrutura tridimensional por um método bidimensional. Por isto, sempre será um cálculo aproximado e não real. O eco 3D supre esta carência e dá mais acurácia ao eco na estimação da FE.

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Como estimar a função sistólica de VD pelo TAPSE” icon=”arrow”]

CURSO BÁSICO DE ECO: COMO ESTIMAR A FRAÇÃO DE EJEÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO?

Uma das principais funções do eco é avaliar a função sistólica do VE. Este dado tem tanto informação prognóstica (quanto menor, pior o prognóstico) quanto terapêutica (introdução de medicações para ICC se FE baixa, troca valvar mitral se IM com FE<60%, troca valvar aórtica se Iao ou EAo e FE<50%, etc).

Mas o que é a fração de ejeção? É o percentual de sangue que o ventrículo ejeta para a aorta na sístole. Assim, Se no final da diástole o ventrículo tem 100 mL de sangue e no final da sístole tem 40 mL, subentende-se que 60mL de sangue foram ejetados para a aorta. 60mL de 100 mL – 60% de fração de ejeção.

Existem vários métodos para se calcular a FE. Eles usam artifícios variados para calcular os volumes sistólico e diastólico do VE. Os mais usados na prática clínica são o método de cubo, teichholz e simpson.

Os métodos de cubo e teichholz calculam os volumes do ventrículo à partir das dimensões do VE ao final da sístole e da diástole. Para isto costuma se medir o diâmetro diastólico final do VE (DDVE) e diâmetro sistólico final do VE (DSVE) ao nível dos músculos papiplares ou pelo método bidimensional ou pelo modo M. Na figura abaixo vê um exemplo de medida pelo modo M.

car1

O que faz o método do cubo? Ele assume que o VE tem um formato específico em que o diâmetro longitudinal tem o dobro da medida do transversal. Através desta premissa e fazendo uma série de simplificações na fórmula de volume, chega-se a conclusão de que o volume diastólico final do VE é calculado através do DDVE elevado ao cubo. Por isto método do cubo. Este método só seria reprodutível no VE de formato normal, sem alterações da contratilidade segmentar.

Já o método de teichholz assume que o ventrículo tem um formato mais esférico (típico de casos de miocardiopatia dilatada em que o VE vai perdendo sua morfologia original e fica mais parecido com uma bola). Através de correções da fórmula de cubo o volume diastólico final do VE é calculado através do DDVE. Mesma coisa para o volume sistólico final. Este método serviria apenas para os casos de VE com formato esférico e sem alterações da contratilidade segmentar.

Para ver um tutorial explicando em detalhes como usar o método de Teichholz, acesse este link.

Outro método utilizado para medir a FE do VE é o de Simpson. Neste avalia-se o VE em duas projeções (apical 4 e 2 câmaras). Ele fragmenta o ventrículo como se fossem várias moedas empilhadas. Assim, chega ao cálculo dos colume do VE. Vantagem – ele não assume que o ventrículo tem determinada forma. Ele vê de fato qual forma tem o VE de cada pcte. No caso de alterações da contratilidade segmentar, estas são englobadas nos cálculos, tornando-os mais reprodutíveis. Desvantagem – nem sempre é tecnicamente fácil definir os limites do VE precisamente. Veja na figura abaixo um exemplo de Simpson.cart2

Dicas práticas:

1- No VE sem alterações segmentares, o método de Teichholz dá uma boa noção prática da função do VE

2- Na presença de alterações segmentares, tem-se que usar o método de Simpson.

3- O ideal é que no laudo do eco esteja anotado o método que se utilizou para calcular a FE

4- Principalmente quando se usa o método de simpson há uma variação interobservador. Assim, provavelmente se 3 ecocardiografistas experientes fizerem os cálculos para o mesmo

3 ecocardiografistas experientes fizerem os cálculos para o mesmo pcte provavelmente teremos resultados levemente diferentes – uma vai dizer 33%, outro 36%, um terceiro talvez diga 30%. O incomum seria que os 3 examinadores chegassem ao mesmo valor idêntico. Assim, o clínico deve saber deste dado e levá-lo em consideração no manejo do pcte. Ex: pcte com FE de 35% pelo eco original inicia todo o arsenal para ICC (ieca, bbloq, etc), sai de CF III para I e depois de alguns meses repete o eco que mostra FE de 32%. Isto não significa que o tratamento não deu certo ou que a cardiopatia do pcte obrigatoriamente se agravou. Provavelmente a função contrátil do VE está mantida em relação ao primeiro exame. O exame deve ser interpretado como mais um dado entre os vários disponíveis.

5- E se o pcte tiver insuficiência mitral? Neste caso parte do volume ejetado pelo VE na sístole volta para o átrio esquerdo e não vai para a aorta, certo? Ou seja, a FE será superestimada. Ex: volume final diastólico de VE de 100 mL. Volume sistólico final de VE – 40 mL. FE de 60%. Contudo, dos 60 mL que saíram do VE, 20 mL foram para a aorta e 40 mL foram para o AE. A FE seria de 20% então??? Na verdade, nestes casos a FE não é uma boa forma de se avaliar a função do VE. Veremos em outro tópico como podemos fazer isto em pctes com IM

6- Todos estes cálculos falados acima usam artifícios para se chegar ao volume de uma estrutura tridimensional por um método bidimensional. Por isto, sempre será um cálculo aproximado e não real. O eco 3D supre esta carência e dá mais acurácia ao eco na estimação da FE.

[/su_spoiler]

Seja parceiro do Cardiopapers. Conheça os pacotes de anúncios e divulgações em nosso MídiaKit.

Anunciar no site