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Por último, vamos mostrar um exemplo de interpretação, seguindo os passos discutidos anteriormente.
A ideia é que esses 12 passos sejam feitos de cabeça, sempre que for analisar um eletrocardiograma, para então chegar a uma conclusão objetiva.
Identificação: 1º passo: Homem, 30 anos, peso 80kg, altura 1,75m.
Onda P: 2º passo – Ritmo: A onda P é positiva em D2, D3 e avF, e precede todo QRS. O ritmo é sinusal.
3º passo – Frequencia cardíaca: A distância entre os QRS (R-R) é um pouco mais que 4 quadradões (ou seja, uma FC um pouco menor que 75 bpm). Dividindo 1500 / 21mm – FC 71 bpm.
4º passo – Sobrecargas atriais: Analisando D2 e V1, não há aumento de amplitude ou duração da onda P. Sem sobrecarga atrial.
5º passo – Intervalo PR: A distância entre o início da onda P e o início do QRS é de 3,5mm, ou 140ms. Normal.
Complexo QRS: 6º passo – Orientação: O QRS é positivo em D1 e avF, e negativo em V1. A orientação então é normal (entre 0 e 90º, para trás).
7º passo – Duração: O QRS tem duração de aproximadamente 100ms (2,5mm). Normal.
8º passo – Sobrecargas ventriculares: não há sinais de sobrecarga ventricular.
9º passo – Áreas inativas: não há onda Q patológica ou não-progressão de onda R em nenhuma topografia.
Onda T: 10º passo – Segmento ST: supra-desnivelamento com concavidade superior em V2, V3 e V4, de 1 a 2mm, sem onda Q ou ausência de progressão de ondas R de V1 a V4 – compatível com repolarização precoce.
11º passo – Morfologia de onda T: onda T com morfologia normal. Sem alteração de repolarização ventricular significativa.
12º passo – Intervalo QT / Miscelanea: intervalo QT normal (10mm ou 400ms).
Conclusão:
Ritmo sinusal, FC 71 bpm, repolarização precoce em parede anterior