Miocardiopatias

Mavacanteno para Cardiomiopatia Hipertrófica Obstrutiva – Guia Completo

Escrito por Humberto Graner

Esta publicação também está disponível em: Português

Uma nova medicação chega foi recentemente liberada no Brasil para o tratamento da cardiomiopatia hipertrófica. Trata-se do Mavacanteno (CAMZYOS®), da qual nós já havíamos falado aqui, e também por ocasião dos resultados do estudo EXPLORER-HCM.

Como age o mavacanteno?

O mavacanteno age como um inibidor da miosina cardíaca, reduzindo a interação desta com a actina. Essa ligação regulada diminui a atividade contrátil do músculo cardíaco, reduz o espessamento do septo entre os ventrículos, e alivia a obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo. Apesar de ter uma relação dose-resposta bem determinada, é importante monitorar que a capacidade contrátil do ventrículo nào seja reduzida o bastante para comprometer a performance sistólica.

O mavacanteno representa uma abordagem terapêutica importante para pacientes com CMH, pois oferece uma alternativa para o tratamento médico convencional e procedimentos cirúrgicos.

Para quem está indicado o mavacanteno?

O Mavacanteno é indicado para o tratamento de pacientes adultos com cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva sintomática. É recomendado para aqueles que se encontram na classe funcional II e III da New York Heart Association (NYHA), visando melhorar os sintomas e a capacidade funcional.

Dosagem e Monitoramento

A dose inicial recomendada de CAMZYOS (mavacanteno) é de 5 mg por via oral, uma vez ao dia, com ou sem alimentos. As doses subsequentes permitidas podem variar entre 2,5, 5, 10 ou 15 mg uma vez ao dia.

Antes de iniciar o tratamento ou ajustar a dose, você deverá avaliar inicialmente:

  • A fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) por ecocardiografia.
  • O gradiente da via de saída do ventrículo esquerdo (VSVE) sob manobra de Valsalva ou esforço físico.
  • O estado clínico do paciente para orientar a dosagem apropriada.

A resposta ao tratamento deve ser avaliada em 4, 8 e 12 semanas após o início do tratamento, incluindo avaliação ecocardiográfica. Um aumento de dose poderá ser considerado a partir da semana 12, de acordo com as condições cardíacas específicas. Aumentos de dose não são recomendados em caso de doença intercorrente grave, como infecção ou arritmia.

A monitorização regular dos sintomas da cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva, do VSVE e da FEVE é vital, com avaliações periódicas de ecocardiograma. Após a alcançar uma dose de manutenção individualizada, o paciente deverá ser monitorado a cada 12 semanas. Se em qualquer consulta a FEVE for < 50%, a administração de mavacanteno deve ser interrompida.

Contraindicações

A medicação não está recomendada se houver algum desses fatores:

  • Apresentar Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo (FEVE) < 55% no início do tratamento.
  • Estiver grávida ou puder engravidar sem usar métodos contraceptivos altamente eficazes.
  • Usar inibidores moderados a fortes de CYP2C19 (como fluoxetina, fluconazol) ou de CYP3A4 (como claritromicina, cetoconazol).
  • Usar indutores moderados a fortes de CYP2C19 ou da CYP3A4 (como rifampicina, enzalutamida, fenitoína).
  • Tiver alergia (hipersensibilidade) ao mavacanteno ou qualquer outro componente de CAMZYOS (mavacanteno).

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E você? Já sabia dessa novidade?

 

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Sobre o autor

Humberto Graner

Co-Editor do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Medicina Intensiva
Professor das Faculdades de Medicina da UFG e UniEvangélica (Goiás)
Doutor em Ciências pelo InCor-HCFMUSP
Fellowship em Coronariopatias Agudas pelo InCor-HCFMUSP
Coordenador do Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein - Unidade Goiânia (GO)
Pesquisador da ARO (Academic Research Organization) - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo (SP)

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