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Como deve ser orientada a alimentação para pacientes coronariopatas?

Escrito por Humberto Graner

Esta publicação também está disponível em: Português

Recentemente, foram publicadas as novas diretrizes norte-americanas para o manejo da Doença Coronária Crônica (DCC). Nós já resumimos boa parte do texto neste post aqui! Mas, além das recomendações gerais, uma parte do texto foi dedicada às orientações baseadas em evidências para uma alimentação saudável em pacientes coronariopatas.

Vamos rever o que recomendam as diretrizes sobre como devemos orientar nossos pacientes com DCC:

1. É recomendada uma dieta que enfatize vegetais, frutas, leguminosas, nozes, grãos integrais e proteínas magras para reduzir o risco de eventos cardiovasculares (CVD).

2. Planos alimentares semelhantes à Dieta do Mediterrâneo, com maior ingestão de alimentos à base de plantas saudáveis e proteínas magras (por exemplo, peixe), e menores quantidades de gordura saturada (por exemplo, carne vermelha), contribuem para a redução de fatores de risco cardiovascular, incluindo resistência à insulina, diabetes, dislipidemia, hipertensão e obesidade.

3. Em pacientes coronariopatas, reduzir a porcentagem de calorias provenientes de gorduras saturadas (<6% das calorias totais) e substituir por gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas, carboidratos complexos e fibra dietética pode ser benéfico para diminuir o risco de eventos de CVD.

4. Reduzir a ingesta de sódio (<2.300 mg/dia; idealmente 1.500 mg/dia) e carnes processadas (por exemplo, bacon, salsichas, mortadela) podem ser benéficas para reduzir o risco de eventos cardiovasculares. A educação alimentar deve destacar as fontes potenciais de sódio na dieta.

5. Limitar carboidratos refinados (por exemplo, contendo <25% de grãos inteiros por peso, incluindo cereais frios refinados prontos para comer, pão branco, arroz branco) e bebidas adoçadas com açúcar (por exemplo, refrigerantes, bebidas energéticas, bebidas de frutas com açúcares adicionados).

6. A ingestão de gorduras trans deve ser evitada, pois está associada a taxas aumentadas de morbidade e mortalidade. Essa associação tem sido principalmente atribuída a óleos vegetais hidrogenados processados industrialmente (por exemplo, produtos de panificação, alimentos fritos), e menos a gorduras trans ruminantes (por exemplo, carne e leite de animais ruminantes, incluindo bovinos e ovinos), resultando em maior risco de doença arterial coronária.

7. O uso de suplementos, incluindo ácido graxo ômega-3, vitaminas C, D, E, beta-caroteno e cálcio, não possuem benefícios para reduzir o risco de eventos cardiovasculares, e devem ser desencorajados se este for o único propósito.

Para saber mais:
Referência

Virani SS, Newby LK, Arnold SV, et al.:2023 AHA/ACC/ACCP/ ASPC/NLA/PCNA Guideline for the Management of Patients With Chronic Coronary Disease: A Report of the American Heart Association/American College of Cardiology Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol 2023;Jul 20:[Epub ahead of print].

 

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Sobre o autor

Humberto Graner

Co-Editor do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Medicina Intensiva
Professor das Faculdades de Medicina da UFG e UniEvangélica (Goiás)
Doutor em Ciências pelo InCor-HCFMUSP
Fellowship em Coronariopatias Agudas pelo InCor-HCFMUSP
Coordenador do Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein - Unidade Goiânia (GO)
Pesquisador da ARO (Academic Research Organization) - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo (SP)

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