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Dapagliflozina aprovada pelo FDA para uso em pacientes renais crônicos

Escrito por Denis

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No dia 30 de abril de 2021 o FDA (órgão regulatório americano) aprovou a droga DAPAGLIFLOZINA, um inibidor de SGLT2 com o propósito de reduzir o declínio da função renal, a ocorrência de mortes por causas renais e cardiovasculares além de prevenir o início de terapia renal substitutiva (TRS) nos pacientes dom doença renal crônica e desta vez com a taxa de filtração glomerular (TFG) acima de 25mL/min/1.73m2, MESMO EM PACIENTES NÃO DIABÉTICOS. O que levou à aprovação da dapagliflozina em pacientes renais crônicos?

Até então, apenas um estudo (CREDENCE trial, NEJM 2019) havia avaliado a CANAGLIFLOZINA em pacientes DIABÉTICOS com TFG acima de 30mL/min/1.73m2  foi focado nos desfechos renais. Foi mostrado redução do desfecho primário (um composto de  chegada a diálise, duplicação de creatinina, morte renal ou cardiovascular) de 30%, quando comparado ao grupo placebo.

No entanto, não havia recomendação do seu uso para pacientes não diabéticos com DRC. Até que, em setembro de 2020, o estudo DAPA-CKD foi publicado (NEJM, 2020). Neste estudo, foram avaliados cerca de 4300 pacientes, sendo 30% não diabéticos, com TFG 25-75mL/min/1.73m2, otimizados para uso de IECA/BRA e com albuminúria maior do que 200mg/g de Cr. O desfecho primário foi um composto de : redução de 50% da TFG, entrada em TRS, morte renal ou cardiovascular. O grupo intervenção que fez uso de 10mg de DAPAGLIFLOZINA apresentou redução de cerca de 40% no desfecho primário com NNT de 19. Para lembrar mais detalhes do estudo, veja o vídeo abaixo:

Este estudo motivou a solicitação de FAST TRACK do FDA para revisão desta indicação, que no dia 30 de abril foi concluída e sendo recomendado o uso de dapaglifozina em renais crônicos, mesmo não diabéticos.

Conforme parecer do FDA:

“A DRC é importante problema de saúde pública e há necessidade de terapias que retardem a progressão da doença e melhorem os resultados clínicos. A aprovação da DAPAGLIFLOZINA é um passo importante para ajudar os pacientes  que vivem com doença renal” Aliza Thompson, vice-diretora da divisão de Cardiologia e Nefrologia do FDA.

Opinião Cardiopapers:

  • Este estudo inaugura uma nova era no tratamento de pacientes com DRC em tratamento conservador e traz uma esperança de retardo na progressão desta doença que acarreta morbimortalidade precoce e atinge cerca de 10% da população mundial
  • Como nos demais estudos, este deve ser uma efeito de Classe e não restrita a DAPA. Ou seja, as disponíveis no Brasil (empagliflozina e canagliflozina) provavelmente possuem os mesmo efeitos benéficos.
  • Devemos atentar que pacientes com doença renal policística, transplantados e pacientes submetidos a imunossupressão nos últimos 6 meses foram excluídos dos estudos e, portanto, não devemos generalizar a indicação
  • Lembrar que os pacientes devem estar otimizados para IECA/BRA e que deve apresentar albuminúria > 200mg/g de creatinina (até 5000mg/g)

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