Terapia Intensiva Cardiológica

Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca – 8 dicas práticas à beira leito

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Pós-operatório de cirurgia cardíaca é sempre desafiador. Por isso, preparamos 8 dicas práticas e objetivas para você conduzir bem seu paciente na UTI.

1.     Recebendo o paciente na UTI

  1. coletar informações relevantes do cirurgião e anestesista (Tempo de CEC, tempo de pinça, diurese, uso de droga vasoativa, se teve problemas para sair de CEC, reposição volemia e hemotransfusões, antibiotibioticos, etc)

2.     Manejo hemodinâmico:

  1. Monitorização do debito cardíaco (Ex: Flo-Trac com monitor EV1000, Swan Ganz com o Hemosphere/Vigilance)
  2. Metas: PAS 100-130mmHg e PAM>60mmHg; IC>2,5l/min/m²; Diurese > 1ml/kg/h; Sinais clínicos de perfusão tecidual adequada; Variação do volume sistólico (VVS) < 13%; SvcO2 >70% (65% se saturação mista)
  3. Avaliar fluidorrespondividade (Aumento de 10-15% no IC)
  4. Inotrópico: Iniciar/ajustar se sinais de baixo debito cardíaco (perfusão inadequada), sem melhora após volume
  5. Vasopressor: Iniciar se hipotensão persistente e atentar ao aumento da pós carga
  6. Transfusão de hemácias: Se oferta de oxigênio inadequada (DO2) com hb < 8g/dL, individualizando caso a caso
  7. Se piora hemodinâmica/choque: Solicitar ECO, ECG, Rx de tórax, novo laboratório e acionar cirurgia cardíaca
  8. Cuidado com a hipervolemia: Evitar sobrecarga de volume em pacientes não fluidorresponsivos. Após 24h avaliar necessidade de diuréticos, objetivando balanço hídrico neutro

3.     Monitorização do débito dos drenos

  1. Quantificar débito de 1/1h nas primeiras 24 horas.
  2. Acionar a cirurgia cardíaca se >300ml na primeira hora ou > 100ml/h na segunda hora em diante; se instabilidade hemodinâmica importante ou queda de hemoglobina.
  3. Entre 12-24h quantificar debito dos drenos de 2/2h
  4. Após 24h, quantificar de 6/6h

4.     Desmame ventilatório se estabilidade hemodinâmica, débito dos drenos dentro da normalidade e Rx de tórax.

5.     Metas para correção eletrolítica

  1. Potássio sérico: > 4mEq/L
  2. Magnésio sérico: > 2mEq/L
  3. Calcio iônico sérico: > 1.13mmol/L

6.     Profilaxia química de TVP/TEP a ser discutida com equipe cirúrgica. Se contraindicação para anticoagulação profilática, avaliar profilaxia mecânica (compressão pneumática)

7.     Controle de temperatura

8.     Ajuste de analgesia e desmame de sedação quando possível

Take home message

Saber manejar bem o pós operatório de cirurgia cardíaca é essencial para todo intensivista e cardiologias que atuam em ambiente de terapia intensiva.

E aí, deu pra ajudar? Comenta aí o que mais você quer saber!

Referências:

1.     Engelman DT, Ben Ali W, Williams JB, Perrault LP, Reddy VS, Arora RC, Roselli EE, et al. Guidelines for Perioperative Care in Cardiac Surgery: Enhanced Recovery After Surgery Society Recommendations. JAMA Surg. 2019 May 4. doi: 10.1001/jamasurg.2019.1153.

2.     Wong WT, Lai VK, Chee YE, Lee A. Fast-track cardiac care for adult cardiac surgical patients. Cochrane Database Syst Rev. 2016 Sep 12;9:CD003587. doi:10.1002/14651858.CD003587.pub3. Review

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Sobre o autor

Maria Améllia Aquino

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